PM acusado de matar adolescente de joelhos volta à prisão e é afastado
Soldado usava tornozeleira eletrônica desde fevereiro para exercer funções administrativas na PM
atualizado
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Acusado de matar um adolescente de 14 anos, o soldado da Polícia Militar de São Paulo João Batista Manuel Junior voltou à prisão e foi afastado do serviço ativo no 24º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (24º BPM/M). Ele foi denunciado pela morte de Mateus Henrique Reis de Lima, baleado duas vezes pelas costas quando estava desarmado e de joelhos.
Manuel Júnior estava de folga no dia do incidente. Uma câmera de segurança gravou o momento em que o militar aparece em uma motocicleta, com a arma na mão, perseguindo a moto onde estavam Mateus Henrique e outro jovem. A dupla desvia de um carro e bate em um poste. O amigo de Mateus corre. O PM atira duas vezes, acertando o braço e o tórax do jovem.
Mateus se esconde e Manuel Júnior atira mais uma vez, acertando o poste. Então, o adolescente se ajoelha, com as duas mãos atrás da cabeça e o PM atira duas vezes contra ele. No total, o militar atirou 14 vezes contra os dois adolescentes desarmados. Nenhum deles tinha antecedentes criminais.
Após sair do hospital, o outro jovem envolvido no incidente, que perdeu o movimento do braço devido aos ferimentos, afirmou em depoimento que ele, Mateus e outros dois amigos haviam roubado a moto usando as mãos sob as camisas para fingir estar armados.
O crime aconteceu em Diadema, na Grande São Paulo, em outubro de 2022. Manuel Júnior foi preso em maio de 2023 e denunciado por homicídio simples. O militar foi solto em fevereiro deste ano e passou a exercer funções administrativas na PMSP, com uso de tornozeleira eletrônica.
No entanto, no dia 26 de junho, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) expediu novo mandado de prisão preventiva contra o PM, que foi novamente conduzido ao Presídio Militar Romão Gomes, onde aguarda julgamento.
A partir dessa nova decisão, Manuel Júnior foi novamente afastado das funções. O processo contra o PM tramita na Vara do Júri de Diadema, em segredo de Justiça. Ele também responde a processo administrativo disciplinar aberto pela Corregedoria da PMSP, que pode resultar em sua expulsão da corporação.