PGR: “Seguidores de Bolsonaro não são investigados, só ele próprio”
Procuradoria-Geral da República pediu dados de seguidores de Bolsonaro nas redes, mas esclarece que objetivo é dimensionar alcance de post
atualizado
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Após pedir dados de seguidores de Bolsonaro nas redes sociais, o Ministério Público Federal esclarece que nenhum deles é investigado, apenas o ex-presidente. O caso se refere à publicação feita por Bolsonaro, e posteriormente apagada, com ataques ao sistema eleitoral dois dias após os atos de 8 de janeiro.
O pedido feito pela Procuradoria-Geral da República caiu como uma bomba no meio bolsonarista. O ex-presidente chegou a acusar a PGR de fazer “monitoramento político” de seus seguidores.
Responsável pela solicitação feita junto ao ministro do STF Alexandre de Moraes, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico explicou à coluna o objetivo da medida:
“Só tem um investigado neste caso: o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. É necessário obter dados, a partir de seus seguidores, que permitam avaliar o conteúdo e a dimensão das publicações do ex-presidente em relação aos fatos ocorridos em 8 de janeiro.”
Carlos Frederico continuou: “Os seguidores do ex-presidente não estão sendo investigados, sequer expostos, mas se impõe dimensionar o impacto das publicações e o respectivo alcance. Jamais iria investigar milhões de pessoas, seria até impossível fazer isso”.
O subprocurador-geral da República ressaltou que investigar seguidores de Bolsonaro, apenas pelo fato de eles o acompanharem nas redes sociais, não faria sentido.
“Entre os seguidores de presidentes da República ou ex-presidentes não estão apenas os admiradores ou aficcionados; pessoas também o seguem por curiosidade, informação, motivação profissional, acadêmica ou interesses diversos”, pontuou.
Após o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, revelar o pedido da PGR, o caso ganhou grande repercussão. Deputados aliados do ex-presidente chegaram a dizer que cobrariam explicações do Ministério Público Federal.