Integrante da cúpula da PGR alfineta Moraes em parecer enviado ao STF
Subprocurador-geral da República, Carlos Frederico alfinetou Alexandre de Moraes em parecer enviado ao próprio ministro do STF
atualizado
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Subprocurador-geral da República, Carlos Frederico alfinetou Alexandre de Moraes em parecer enviado ao próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
No documento, que data do último dia 18/10, o integrante do Ministério Público se manifestou contrário à inclusão de Lula em inquérito que investiga a apropriação de presentes de luxo recebidos por Bolsonaro na Presidência.
O detalhe é que, ao justificar sua posição, Carlos Frederico mandou recado para Alexandre de Moraes. Escreveu o subprocurador-geral da República:
“O tempo vem evidenciando que, sob a motivação de apuração de ataques à Democracia e ao Estado de Direito, determinadas investigações têm angariado objeto amplo e periodicamente modulado, para alcançar fatos e pessoas distintas, em pontos de investigação separados por apensos e novos procedimentos investigatórios criminais, sem relação de conexão ou continência”.
Continuou Carlos Frederico:
“Afigura-se necessário estabelecer filtragens a petições com claro viés político, que pretendem causar confusão jurídica e incriminar opositores por meio de conjecturas e abstrações desprovidas de elementos mínimos.
De modo que deve ser negado seguimento a pleitos manifestamente descabidos, otimizando os misteres funcionais dos órgãos ministerial e jurisdicional, com distanciamento do aparato judiciário das divergências políticas e ideológicas entre candidatos e partidos em período eleitoral e pós-eleitoral.”
Carlos Frederico externou ao próprio Alexandre de Moraes uma crítica recorrente feita pela cúpula da PGR ao ministro do STF.
Ressalte-se que a vice-procuradora-geral da República na gestão de Augusto Aras, Lindôra Araújo, chegou a afirmar que Moraes praticou “fishing expedition” [ou pescaria probatória] ao determinar a apreensão dos celulares de Bolsonaro e Mauro Cid.
Por essa ótica, a apreensão dos aparelhos teria objetivo de checar o cometimento de possíveis crimes não relacionados à investigação original, que mirava fraude em carteiras de vacinação.
O pedido de inclusão de Lula no inquérito que mira Bolsonaro havia sido feito pelo deputado bolsonarista Rodrigo Valadares, que citou um relógio Piaget de R$ 80 que Lula ganhou do ex-presidente da França Jacques Chirac.