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PF imputará crime contra a soberania nacional à Abin de Bolsonaro

Uso de software espião israelense na Abin será citado pela Polícia Federal (PF) ao pedir o indiciamento de integrantes do governo Bolsonaro

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PF o presidente Jair Bolsonaro (PSL) golpe pf
1 de 1 PF o presidente Jair Bolsonaro (PSL) golpe pf - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Polícia Federal (PF) pedirá o indiciamento de integrantes do governo Bolsonaro pelo cometimento de crime contra a soberania nacional, no âmbito do inquérito que apura irregularidades na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O delito é previsto na Lei nº 14.197, sancionada pelo então presidente Bolsonaro em 2021 e que tipifica crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Fontes a par da investigação relataram à coluna que o crime teria se configurado pelo uso do software espião First Mile. Adquirido pela Abin por R$ 5,7 milhões ainda no governo Temer, o dispositivo israelense foi usado para monitorar a geolocalização de autoridades, adversários e aliados de Bolsonaro durante a gestão passada.

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Carlos Bolsonaro conseguiu um novo mandato de vereador no Rio de Janeiro
Aliados de Temer também classificaram declarações do presidente do PRTB de Marçal como "bravata"
Sede da Abin foi alvo de operação da PF após vazamento de e-mail
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General Augusto Heleno e Alexandre Ramagem também são investigados no inquérito que apura irregularidades na Abin

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Carlos Bolsonaro conseguiu um novo mandato de vereador no Rio de Janeiro

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Aliados de Temer também classificaram declarações do presidente do PRTB de Marçal como "bravata"

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A sede da Abin, em Brasília

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O artigo 359, referente à espionagem, é lembrado por investigadores. Ele caracteriza como crime “entregar a governo estrangeiro, a seus agentes, ou a organização criminosa estrangeira, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, documento ou informação classificados como secretos ou ultrassecretos”.

O inciso 2 estabelece também haver crime se “documento, dado ou informação for transmitido ou revelado com violação do dever de sigilo”. A pena prevista, neste caso, é de 6 a 15 anos de reclusão.

Sede em Israel

O First Mile armazenava dados em um servidor em Israel, sede da Cognyte, empresa que desenvolveu o software. A companhia tinha acesso, por exemplo, aos números de telefones inseridos no sistema.

Integrantes da PF acreditam que, ao usar o dispositivo israelense para espionar autoridades brasileiras, o governo Bolsonaro expôs para países estrangeiros informações sensíveis à soberania do Brasil.

O First Mile possibilita saber a localização aproximada de pessoas que usam celulares com as tecnologias 2G, 3G, 4G. Dessa forma, a Abin conseguia mapear, por exemplo, se pessoas monitoradas se encontraram pessoalmente ou para onde viajaram.

O aparelho não faz interceptação telefônica ou telemática. Ou seja, não tem acesso a conversas nem mensagens trocadas pelos alvos.

Individualização das condutas

Além do uso indevido do First Mile, a PF apura outras supostas irregularidades na Abin. Entre elas, se agentes se infiltraram na campanha de candidatos em 2022 e se a estrutura da agência foi usada para blindar o senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas.

No âmbito dessas múltiplas investigações, servidores da própria agência e nomes do cenário político estão no foco da PF. Além de Bolsonaro, figuram nessa lista o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), que chefiou a agência no governo passado, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

A PF busca individualizar a conduta de cada um nos casos investigados. Todos, sem exceção, negam ter cometido qualquer irregularidade na Agência Brasileira de Inteligência.

Os quatro já foram alvo de mandados de busca e apreensão determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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