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PF teme doutrina “tiro na cabeça” do novo chefe da Polícia Civil do RJ

Perfil do novo chefe da Polícia Civil do RJ causa apreensão na Polícia Federal (PF), que tem investigado a milícia e o tráfico de drogas

atualizado

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1 de 1 secretário segurança polícias - Foto: Reprodução

Atuando no combate à milícia e ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro, a Polícia Federal (PF) guarda um temor em relação ao novo chefe da Polícia Civil do estado, delegado Marcus Amim.

O perfil de Amim, adepto do “tiro na cabeça” e afeito a holofotes, seria de quem quer os líderes dessas organizações criminosas mortos, não capturados.

E um problema prático, sem entrar no mérito sobre direitos humanos, é que isso atrapalha as investigações. Afinal, morto não fala, não aponta cúmplices nem fornece informações sobre a estrutura financeira do crime.

A morte de um líder da milícia ou do tráfico pode até ser comemorada por parte da sociedade e dos governantes, mas, na avaliação de investigadores da PF, tais criminosos são úteis ao poder público se capturados vivos. Mortos, são meramente substituídos na cadeia de comando.

Foi por meio da prisão de suspeitos em 2019, por exemplo, que as autoridades conseguiram avançar no caso Marielle Franco, com a delação de Élcio de Queiroz.

A Polícia Federal não foi consultada pelo governador Cláudio Castro sobre a indicação de Marcus Amim para chefiar a Polícia Civil. E tampouco, ressalte-se, pleiteou participação na escolha.

Ambas as instituições têm trabalhado em conjunto no combate ao crime organizado no Rio.

A Polícia Civil e a PF definiram três alvos prioritários no Rio de Janeiro: o traficante do Comando Vermelho (CV) Abelha e os milicianos Tandera e Zinho.

Na segunda-feira (23/10), já chefiada por Marcus Amim, a Polícia Civil matou o miliciano Matheus Rezende, o Faustão, sobrinho de Zinho.

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Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho
Danilo Dias Lima, o miliciano Tandera
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Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, do Comando Vermelho

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Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho

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Danilo Dias Lima, o miliciano Tandera

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“Polícia tem que matar mesmo”

Por mais de uma vez, Marcus Amim já se mostrou favorável à morte de criminosos, até mesmo dos que estivessem armados com facas. Em certa ocasião, disse que atirar na perna é “difícil” e defendeu o tiro “na cabeça ou no peito”.

Em outra, foi contundente:

“A polícia mata sim. Mata vagabundo que atira em polícia. E vai continuar matando. Tem que matar mesmo”.

A cerimônia de posse de Marcus Amim na Polícia Civil estava prevista para esta sexta-feira (27/10), mas foi adiada. O governo estadual alegou “questão de agenda”.

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