PF: núcleo de Bolsonaro tentou imputar crimes a 3 ministros do STF
Segundo a PF, em reunião, Bolsonaro acusou de crimes a três ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral
atualizado
Compartilhar notícia
Alvo da operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira (8/2) pela Polícia Federal (PF), o núcleo de Jair Bolsonaro que teria sido responsável por um plano de golpe de Estado após o segundo turno das eleições de 2022 tentou imputar crimes a três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a PF, os ministros foram citados na reunião entre Jair Bolsonaro e a cúpula do Executivo em junho de 2022, comandada pelo ex-presidente.
Na reunião, segundo as alegações da PF, foram apresentadas aos integrantes do alto escalão do governo “alegações sabidamente inverídicas quanto à ocorrência de fraude e de manipulação nas eleições brasileiras assim como proferidos ataques e insinuações de práticas criminosas imputadas ao atual presidente Luis Inácio Lula da Silva e aos ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral Luis Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes”.
A PF destacou ainda a orientação de Bolsonaro para que “tais informações inverídicas deveriam ser promovidas e replicadas em cada uma das áreas dos participantes”.
No total, a PF cumpre 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares incluindo a proibição de contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, a entrega dos passaportes e a suspensão do exercício de funções públicas.
Tempus Veritatis
A operação Tempus Veritatis teve como alvos aliados de Bolsonaro envolvidos na elaboração da minuta e suposta tentativa de golpe de Estado. Ela foi embasada na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.
Em depoimento, Mauro Cid afirmou ter participado de reuniões com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com o ex-vice-presidente Braga Netto, o ex-ministro Anderson Torres e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier. Eles foram alvos da PF nesta quinta, assim como o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro, general Augusto Heleno.
No total, a PF cumpre 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares incluindo a proibição de contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, a entrega dos passaportes e a suspensão do exercício de funções públicas.
Foram presos o ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, e o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro na Presidência e atual segurança do ex-presidente contratado pelo PL. Martins, segundo a PF, foi o responsável por entregar a minuta do golpe a Bolsonaro.
Também foram presos o coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa, e o major das Forças Especiais do Exército, Rafael Martins. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu um prazo de 24 horas para entregar seu passaporte à Polícia Federal.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto foi preso em sua residência por posse ilegal de arma de fogo. Ela foi localizada pelos agentes da PF durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão no local.