Pazuello rompe silêncio após ex-assessor planejar matar Lula
O deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ) rompeu o silêncio após a prisão do general Mario Fernandes, que foi lotado em seu gabinete na Câmara
atualizado
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O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) rompeu o silêncio após a prisão do general Mario Fernandes, que foi lotado em seu gabinete na Câmara dos Deputados e preso pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (19/11) por suspeita de planejar a morte de Lula.
“Tomei conhecimento do assunto hoje de manhã, pela imprensa, vendo o noticiário na televisão”, disse Pazuello à coluna.
Aliados do deputado sustentam que, se Pazuello soubesse de suspeita tão grave, não teria nomeado o militar no próprio gabinete. Até então, argumentam, o foco no general se resumiria a uma reunião ministerial investigada pela PF. E afirmam que Pazuello, que não é citado na operação de hoje, atuou para arrefecer os ânimos no meio militar após o pleito eleitoral.
Aliados de Pazuello também argumentaram que, se de fato houve um plano para matar Lula, ele provavelmente seria restrito ao conhecimento de pouquíssimas pessoas, apenas a quem executaria a ação.
Veja a nota de Pazuello, na íntegra: “O deputado federal General Pazuello esclarece que o General Mário Fernandes, mencionado na operação da Polícia Federal realizada na manhã desta terça-feira, trabalhou em seu gabinete como assessor de 28 de março de 2023 a 04 de março de 2024, quando foi identificado seu impedimento para exercer cargo público. Pazuello esclarece ainda que só tomou conhecimento da prisão do general Mário e dos demais oficiais por meio da imprensa na data de hoje. O deputado reafirma sua crença nas instituições do país e na idoneidade do General Mário Fernandes, na certeza de que logo tudo será esclarecido”.
Cargo na Câmara
O general Mário Fernandes recebia um salário de R$ 15,6 mil no gabinete do deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro. Ele foi nomeado em março de 2023 para um “cargo de natureza especial”. A função, com código CNE 09, só pode ser ocupada por pessoas com nível superior completo. O valor corresponde ao segundo maior vencimento do tipo na Câmara.
A prisão do general ocorreu na Operação Contragolpe, articulada pela Polícia Federal. A ação ainda prendeu o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares.
Os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos no Rio de Janeiro, em Goiás, no Amazonas e no Distrito Federal. Os militares presos fazem parte de um grupo chamado “kids pretos”. Eles são especializados em operações especiais do Exército, com foco em sabotagem e incentivo a revoltas populares ou “insurgência popular”, que não chegam a se transformar em guerra civil.