Padres militares investigados pela polícia do DF alegam inocência
Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) instaurou inquérito para investigar conduta de dois padres e um diácono do ordenamento militar
atualizado
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Os dois padres e o diácono investigados por um suposto esquema de corrupção na estrutura da Igreja Católica no âmbito das Forças Armadas negam ter cometido qualquer irregularidade. Os militares, dois do Exército e um da Marinha, são alvos de uma investigação a cargo da 2ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal.
Os investigadores apuram suposto desvio de dinheiro arrecadado por meio de doações, propina na contratação de empresas terceirizadas e superfaturamento na Capelania Militar São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, na Asa Norte, em Brasília. Os militares em questão são o diácono Paulo Fontenele Figueira, do Exército; o padre Marcelo José de Sousa, também do Exército; e o padre Paulo Roberto Moliterno da Costa, da Marinha.
Eles são representados pelo mesmo escritório de advocacia. A defesa reclama que o inquérito policial é fruto de uma “denúncia apócrifa e inconsistente, na qual sacerdotes ilibados na condução da Capelania foram vítimas de uma grave acusação”. Confira a íntegra da manifestação:
“Todos os esclarecimentos sobre o caso foram apresentados para a autoridade policial e as informações se encontram aptas a serem confirmadas. Os sacerdotes apontados como envolvidos realizaram suas declarações e reforçam a inexistência de qualquer irregularidade na condução da Capelania.”
“Os livros de comprovação dos dízimos e valores recebidos na Capelania são auditados nos seus recolhimentos. Os contratos e comprovantes de pagamentos das empresas que prestaram serviços no local se encontram arquivados na paróquia, à disposição das autoridades competentes.”
“Todas as informações foram apresentadas de forma tempestiva e voluntária para a autoridade policial e os documentos físicos se encontram aptos a serem investigados para ratificar toda a lisura na gestão da paróquia.”
“Além disso, a denúncia anônima se arrasta desde 2023, sem apontar nenhum tipo de prova das graves alegações e o inquérito policial não apresenta indícios de equívoco ou má condução da administração da Capelania.”
A denúncia foi enviada ao Ministério Público Militar e encaminhada ao MPDFT em 2022. Depois, foi à Corregedoria-Geral de Polícia Civil do Distrito Federal e, posteriormente, transformada em inquérito policial. A investigação contra os padres e o diácono é conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia do DF.
Quem são os padres militares
O diácono permanente Paulo Fontenele Figueira está na reserva. Ele integrou o Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO), grupo formado por militares chegaram ao oficialato após uma carreira como sargentos e subtenentes. Eles podem ascender ao posto de 2º tenente por merecimento e encerrar a carreira como capitães.C
Chefe do Serviço de Assistência Religiosa do Exército (SAREx), Marcelo José de Sousa é também o atual chefe da Capelania Militar São Miguel Arcanjo e Santo Expedito. Ele entrou como aspirante em 1998, mesmo ano no qual foi promovido para segundo tenente. O militar se tornou tenente-coronel em 2017. Marcelo já foi capelão da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), da 15° Brigada de Infantaria Mecanizada, do Comando Militar do Planalto (CMP) e do Comando Militar do Leste (CML).
Paulo Roberto Moliterno da Costa é capitão de corveta da Marinha e assessorou o Arcebispo Ordinário Militar.