Pablo Marçal se arrepende de laudo contra Boulos: “Uma bosta”
Em conversa com apoiadores, Pablo Marçal disse que laudo foi entregue a sua equipe por “uma pessoa que quis tirar vantagem”
atualizado
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Derrotado no primeiro turno da eleição para a prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) disse se arrepender da divulgação do laudo falso que apontava o uso de cocaína por Guilherme Boulos (PSol). Em conversa com apoiadores, o empresário afirmou ter recebido o receituário de “uma pessoa que quis tirar vantagem”.
Marçal negou ter visto o documento, classificado como “uma bosta” pelo ex-coach, e falou que pretende apontar a pessoa responsável pela entrega do laudo à Polícia Federal (PF), que investiga o caso.
“Sabe o negócio do laudo? Eu nem vi aquela merda. Eu não peguei no laudo. Eu deixei meu time postar essa bosta. E confie no que eu estou falando: jamais eu postaria de má-fé. Uma pessoa quis tirar vantagem, apareceu com essa merda e essa pessoa vai responder por isso”, disse Marçal.
“Para você saber, essa pessoa que quis tirar vantagem, eu tô poupando. A PF vai investigar. Vou entregar na mão e falar: ‘Não tem o que fazer, essa pessoa que é responsável’. E eu tenho tudo. Eu, Pablo, nunca na minha vida postaria um negócio sabendo que é falso. Nunca. Pode dormir em paz em relação a isso. Nunca faria isso. Nunca. Não é minha índole. Não faço esse tipo de coisa”, afirmou.
A PF e o Instituto de Criminalística de São Paulo apontaram fraude no laudo divulgado por Pablo Marçal na véspera da eleição. O suposto receituário alegava que Boulos havia sofrido um “surto psicótico grave” e teria sido submetido a um exame toxicológico que constatou a presença de 2,825 ng/mg de cocaína no sangue.
De acordo com a perícia do Instituto de Criminalística, “é falsa a imagem da assinatura em nome do médico ‘JOSÉ ROBERTO DE SOUZA’, lançada no receituário objeto de exame, descrito no capítulo ‘Peça de Exame’”. O exame também observou que “a dissociação incide, notadamente, no grau de habilidade gráfica, na inclinação da escrita, no andamento gráfico, nos valores angulares e curvilíneos” da assinatura.
Já a PF declarou ter encontrado inconsistências “tanto nas formas gráficas, quanto em suas gêneses” e disse que não há indícios que as assinaturas tenham sido feitas pela mesma pessoa.
Pablo Marçal ficou em terceiro lugar na disputa pela prefeitura de são Paulo, com 28,24% dos votos válidos. O segundo turno será disputado pelo candidato à reeleição pelo MDB Ricardo Nunes, que teve 29,48% dos votos no primeiro turno, e pelo psolista Guilherme Boulos, que ficou com 29,07%.