“Pablo Marçal queria desgastar Bolsonaro”, diz Eduardo
Filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro sugere que Marçal não queria Prefeitura de São Paulo e aponta uso de robôs pelo ex-coach
atualizado
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O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o objetivo de Pablo Marçal (PRTB) nas eleições municipais não foi vencer a disputa pela Prefeitura de São Paulo, mas sim desgastar a liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro na direita. Em uma live com influenciadores da direita, o parlamentar também apontou o uso de robôs pelo ex-coach nas redes sociais.
“Será que o Marçal queria ganhar a eleição? É óbvio que aquilo [a divulgação de um laudo falso sobre o uso de cocaína por Guilherme Boulos] seria um tiro no pé. Eu acho que a missão dele é desgastar o Bolsonaro. Pra mim, ele não queria ganhar a eleição. Ele está esperando uma condenação para se pintar ainda mais de antissistema e vender curso pra caramba”, disse Eduardo Bolsonaro na live.
Pablo Marçal terminou o primeiro turno em terceiro lugar, com 28,14% dos votos válidos. Na avaliação de aliados, o ex-coach perdeu a eleição porque, na véspera, divulgou um laudo apontando suposto uso de cocaína pelo adversário Guilherme Boulos (PSol). O documento foi desmentido pelas autoridades. O médico cuja assinatura aparece no receituário já havia falecido.
Jair Bolsonaro apoiou a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, mas Marçal conseguiu captar parte do eleitorado de direita e quase foi ao segundo turno. Agora, o ex-coach diz que pretende disputar a Presidência da República, desafiando o controle do ex-presidente sobre o processo de escolha do nome conservador que disputará o Palácio do Planalto em 2026. Parte da estratégia do empresário consiste em mobilização nas redes sociais.
Eduardo Bolsonaro, porém, questiona a efetividade de Marçal no ambiente digital. “Uma publicação minha falando do Marçal é apenas a 20ª em visualizações no Instagram, mas tem o dobro de comentários que a segunda mais comentada. Eram perfis sem foto, privados, com poucas publicações, o que dá a entender que eram perfis fakes. Eram comentários genéricos, que caberiam em qualquer vídeo”, disse o deputado.
O parlamentar, no entanto, afirmou que não se deve menosprezar Marçal. “Não vou fechar os olhos para a realidade, tem muita gente que é fã do cara. Ele é coach, está na pista há um bom tempo. De fato, foi uma entrada muito grande nas redes sociais. Precisamos analisar. Se for válido no jogo, vamos fazer igual. O que não podemos fazer igual é fraudar laudo”, finalizou Eduardo Bolsonaro.