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Deputado que orou por Lula deixa grupo da oposição no WhatsApp

Deputados de oposição não aceitaram oração de Otoni de Paula a Lula durante um evento no Palácio do Planalto e discutiram no WhatsApp

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Bolsonaro e Otoni: deputado diz que Valdemar temia PF
1 de 1 Bolsonaro e Otoni: deputado diz que Valdemar temia PF - Foto: Reprodução

A oposição ao governo Lula no Congresso lavou roupa suja nos grupos de WhatsApp após o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) orar pelo presidente da República durante um evento aberto no Palácio do Planalto, nesta semana. Parlamentares comentaram o fato internamente e reclamaram sobre a atitude do congressista carioca, um dos expoentes da bancada evangélica. Após as críticas dos colegas, ele deixou o grupo.

“Amigo, esse cabra [Lula] não sabe nem quem é Jesus. Desculpe!”, escreveu um deputado após a notícia sobre a oração ser compartilhada no WhatsApp da oposição. “Isso é um insulto ao grupo”, reclamou outra deputada, em seguida.

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O deputado federal Otoni de Paula esteve na posse do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em fevereiro.
Otoni de Paula
Otoni foi vice-líder de Bolsonaro na Câmara.
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O presidente Lula recebeu bancada evangélica no Planalto.

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O deputado federal Otoni de Paula esteve na posse do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em fevereiro.

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Otoni foi vice-líder de Bolsonaro na Câmara.

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Nos bastidores, os parlamentares avaliam que o gesto ao presidente aconteceu porque Otoni é cotado para ser candidato a senador pelo Rio de Janeiro. Ele é aliado do prefeito reeleito na capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), e poderia contar com o apoio de Lula para preencher uma das vagas na corrida pelo Senado. Em troca, o deputado tem a oferecer ao PT uma nova porta para o segmento evangélico.

Otoni deixou o grupo da oposição na Câmara. O parlamentar, porém, permaneceu no grupo do Congresso Nacional, que reúne também os senadores contrários ao governo Lula.

“Você deve ter razão. Minha saída do grupo não representa mudanças dos meus valores, apenas entendo que devo tomar essa decisão para não criar constrangimentos internos. Porém, a amizade e o respeito continua da minha parte. Deus abençoe a todos”, escreveu Otoni no grupo do Congresso, ao explicar a saída do grupo da Câmara.

Antes, o deputado carioca tentou explicar. “Leiam e esclareçam. Não estou defendendo Lula ou o PT, mas o verdadeiro papel da igreja de Jesus: diálogo e intercessão pelas autoridades”, escreveu. A mensagem não surtiu efeito e os colegas continuaram irritados.

Gesto a Lula dividiu bancada evangélica e irritou Malafaia

O líder da Frente Parlamentar Evangélica, Silas Câmara (Republicanos-AM), disse que Otoni de Paula foi ao Planalto a seu pedido e minimizou a participação no evento. Já o pastor Silas Malafaia reagiu mal à aproximação com o petista e criticou os colegas religiosos que estavam com o mandatário.

Silas Câmara disse: “Não é um gesto, é uma agenda em que a lei sancionada tem a ver com o nosso segmento. O deputado Otoni de Paula, a meu pedido, representou nossa frente parlamentar. Essa foi uma proposição trabalhada por todos. É justo que, na sanção, estivéssemos representados. A sanção é presidencial, mais a luta foi nossa no Congresso Nacional”.

Durante o evento, Otoni agradeceu ao petista pela sanção da lei e fez elogios ao presidente. O deputado também afirmou que os evangélicos “não têm dono”. Malafaia reagiu: “Que bancada evangélica vai se aproximar de Lula? Alguns podem se aproximar, mas a massa não vai. O gesto do Otoni acontece porque ele quer jogar para os dois lados, ele quer dar uma de Bolsonaro, mas está queimado do lado de cá”.

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