O ministro de Lula que deve perder espaço na dança das cadeiras
Esperada para o início de 2025, segunda reforma ministerial do governo Lula deve mexer em postos-chave no Planalto
atualizado
Compartilhar notícia
Ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macedo corre o risco de ficar sem posto na dança das cadeiras da reforma ministerial prevista por Lula para ocorrer entre março e abril de 2025. O titular da pasta deve ser substituído pelo atual ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta. Já para a Secom está cotado o marqueteiro Sidônio Palmeira.
Márcio Macedo foi deputado federal na legislatura passada, mas não tem mandato eletivo atualmente. Caso deixe o comando da Secretaria-Geral, o ministro continuará como membro do diretório nacional do PT. Ele era um dos vice-presidentes da sigla desde janeiro de 2020, mas deixou o posto em fevereiro de 2023, logo após assumir a pasta.
Em 2022, Macedo foi escolhido como tesoureiro da campanha de Lula à Presidência. Ele aceitou, a despeito da “maldição” que colegas apontavam perseguir o cargo. Alguns de seus antecessores, como Delúbio Soares e João Vaccari Neto, foram presos, enquanto outros enfrentaram processos na Justiça. Dois anos após a eleição do petista, a prestação de contas gerida pelo atual ministro segue livre de ofensivas da judiciais.
A Secretaria-Geral tem status de ministério e lida com a agenda do presidente da República. Ou seja, Márcio Macedo é responsável pelo diálogo com a sociedade civil, movimentos sociais e partidos da base. Sua relação com Lula começou a se desgastar publicamente após a celebração do Dia do Trabalhador em São Paulo.
O evento era visto como uma espécie de lançamento da pré-candidatura de Guilherme Boulos (PSol) à Prefeitura de São Paulo, mas foi considerado um fiasco pela falta de público. Na ocasião, Lula chegou a reclamar no palco: “É responsável pelo movimento social brasileiro. Não pensem que vai ficar assim. Ontem eu disse para o Márcio que o ato está mal convocado. Não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar”, disse o presidente.
Em julho, houve outra cobrança pública. Durante a quarta reunião do Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica (CIISC), no Planalto, Lula reclamou: “Companheiro Márcio, é preciso que você assuma responsabilidade desse CIISC, nunca vi uma sigla chamada CIISC”. Em outro momento, o presidente ressoou uma crítica feita por outros ministros nos bastidores.
“Primeiro, é preciso que, quando tenha essa reunião, todos os ministros que fazem parte têm que participar, Márcio. E você tem responsabilidade de pegar telefone e ligar para cada ministro”, disse o presidente. Lula demonstrou preocupação, na ocasião, com a criação de mais uma reunião interministerial, reclamando que os titulares das pastas acabam enviando representantes ao invés de comparecer pessoalmente.