O dilema do PT nas eleições a prefeito

O PT tem discutido a possibilidade de lançar como candidato a prefeito, nas eleições do ano que vem, deputados federais que têm se notabilizado pela defesa do governo no Congresso. Embora as pesquisas internas do partido mostrem chance de vitória no pleito municipal, há quem sustente que Lula não pode abrir mão dessas lideranças no cenário nacional.

Entre as candidaturas estudadas pelo PT e que poderão gerar desfalque na Câmara estão as de Lindbergh Farias, Zeca Dirceu e Alencar Santana. O primeiro, que já passou pelo Senado, avalia disputar a Prefeitura de Nova Iguaçu, segundo maior município da Baixada Fluminense.

Filho de José Dirceu e atual líder do PT na Câmara, Zeca mira a Prefeitura de Curitiba. E o terceiro, à frente de pautas econômicas relevantes para o Planalto, cogita disputar o Executivo de Garulhos, segunda cidade mais populosa de São Paulo. Embora já tenham entrado em atrito um com o outro, Lindgbergh e Zeca Dirceu são vistos como peças importantes na defesa do governo.

“Oposição organizada”

“Esses quadros têm experiência e são atuantes na defesa do governo. São peças que, caso deixem o Congresso, farão muita falta em 2025 e 2026, com todo o respeito aos respectivos suplentes. Como oposição, a extrema-direita não é boba como pensávamos que seria. Ela tem se articulado e dado trabalho”, diz um deputado petista, lembrando também as possíveis candidaturas de Adriana Accorsi em Goiânia e Natália Bonavides em Natal.

Por outro lado, um experiente integrante do partido argumenta que conquistar prefeituras populosas no ano que vem é preparar o PT para as eleições presidenciais de 2026. “Ter deputados de destaque com chance de virar prefeito é um doce problema. Não um problema ruim”, pondera.

Até o momento, contudo, as candidaturas citadas ainda não estão definidas. Há quem aposte que, embora se diga pré-candidato a prefeito, Lindbergh Farias não cogita nem por um momento deixar o cenário nacional.