Nunes repudia boicote a empresas de judeus defendido por petista
Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes afirmou que boicote seria um “forma de ataque ou discriminação” contra a comunidade judaica
atualizado
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, repudiou o boicote a empresas de judeus sugerido pelo ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino. Para Nunes, a medida seria “inaceitável”.
O boicote foi sugerido pelo ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino em uma transmissão ao vivo no sábado (20/1), referindo-se à oposição de empresas ao apoio do Brasil na ação da África do Sul que acusa Israel de genocídio. Nunes lembrou que, no domingo (21/1), foi comemorada a passagem do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
“Enquanto celebramos o Combate à Intolerância Religiosa, repudio veementemente qualquer forma de ataque ou discriminação. Em São Paulo, defendemos a coexistência pacífica de todas as comunidades. A proposta de boicote às empresas de judeus é inaceitável; não à perseguição e não à divisão. Aqui, promovemos a união”, disse o prefeito de São Paulo.
Ao se referir ao boicote, Genoino falava do apoio da empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, a um abaixo-assinado que pede ao presidente Lula que disista de apoiar a ação proposta pela África do Sul.
“Essa ideia da rejeição, essa ideia do boicote por motivos políticos, que fere o interesse econômico, é uma forma interessante. Inclusive ter esse boicote a determinadas empresas de judeus”, disse o ex-presidente do PT.
“Há, por exemplo, boicote a empresas vinculadas ao Estado de Israel. Inclusive, acho que o Brasil deveria cortar as relações comerciais, na área da segurança e na área militar com o Estado de Israel”, sugeriu Genoino.
A declaração foi repudiada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), que lembrou que o boicote foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista contra a comunidade judaica na Alemanha. Para a entidade, a declaração de Genoino foi um gesto antissemita.
“A Conib mais uma vez apela às lideranças políticas brasileiras que atuem com moderação e equilíbrio diante do trágico conflito no Oriente Médio, pois suas falas extremadas e em desacordo com a tradição da política externa brasileira podem importar as tensões daquela região ao nosso país”, afirmou a Conib.