MPF pede perda de cargo de nomeado por Lula após denúncia de desvios
MPF acusa atual coordenador do Clima de esquema de desvio milionário na Secretaria de Meio Ambiente de PE; ele diz que denúncia é absurda
atualizado
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De acordo com o MPF, a verba seria usada nos projetos Relix Pernambuco de 2014 e 2017. As despesas, segundo apuração do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU), foram feitas sem avaliação financeira, sem pesquisa de mercado e sem acompanhamento da execução financeiro-orçamentária do projeto.
Em contato com a coluna, Sergio Xavier, que foi secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco no governo de Eduardo Campos, disse ter atuado no projeto como consultor. Xavier também divulgou nota na qual classificou a denúncia como “absurda e injusta”.
Segundo a procuradora da República Silvia Regina Lopes, os recursos foram desviados por meio da utilização de empresas de fachada. Na denúncia, recebida pela 4ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco, o MPF pede condenação dos acusados por furto qualificado, perda de cargo ou função pública, perda de bens incompatíveis com seus rendimentos lícitos e pagamento de indenização em valor mínimo igual ao que foi desviado.
O Fórum de Mudança do Clima é Conselho Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM). O colegiado tem a função de acompanhar as ações e políticas públicas do Poder Executivo quanto à Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC).
Ao ser nomeado para o cargo, Sérgio Xavier afirmou que o Fórum vai atuar “em coordenação direta com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e a Casa Civil”.
“Esta denúncia, sobre uma atividade privada realizada há quase 10 anos, foi julgada improcedente e arquivada pela justiça, simplesmente por não haver recurso público. Portanto, a divulgação do MPF visando ressuscitar um processo, já transitado em julgado, é uma estranha tentativa de burlar uma decisão do STJ e atacar publicamente pessoas que jamais cometeram irregularidades.
Síntese dos fatos:
(1) Em 2014, quando não ocupava cargo público, Sérgio Xavier foi consultor do Projeto Relix – um projeto privado de interesse social, patrocinado pelo setor industrial, que envolvia reciclagem, educação ambiental, artes cênicas e apoio a Cooperativas de Catadores;
(2) Os serviços foram comprovadamente prestados pela empresa SX Brasil, da qual era sócio, a outra empresa privada – a Aliança Comunicação, e foram pagos com as devidas emissões de Notas Fiscais e corretas transferências bancárias entre pessoas jurídicas;
(3) Não havia recurso público e os resultados do Projeto foram amplamente reconhecidos e difundidos pela imprensa. Na década passada o MPF formulou uma denúncia de “peculato” que foi julgada improcedente (pois não havia recurso de nenhum órgão público) e rapidamente arquivada pela justiça.
Agora, a mesma procuradora, sem apresentar qualquer fato novo, requenta a denúncia e procura espaço na imprensa, repetindo algo sem fundamento e já definitivamente julgado.
É incompreensível que alguém já inocentado esteja revivendo o pesadelo de uma acusação absurda e injusta.
Com uma longa trajetória de ativismo ambiental e atuação pública Sérgio Xavier jamais foi acusado de qualquer desvio. Atualmente coordena o Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, uma atividade voluntária e sem remuneração.”