Móveis do Alvorada: Bolsonaro estuda processar Lula por danos morais
Bolsonaro alega ter sido alvo de ataques após Lula afirmar que o ex-presidente teria “levado tudo” do Palácio da Alvorada
atualizado
Compartilhar notícia
Jair Bolsonaro estuda processar Lula por danos morais por conta da afirmação de que o ex-presidente teria subtraído itens de mobília do Palácio da Alvorada ao deixar o governo, no fim de 2022. Bolsonaro alega que foi vítima de ataques na mídia e nas redes sociais após a declaração de que ele teria “levado tudo” ao deixar o Alvorada.
As críticas surgiram logo no primeiro mês de mandato do atual presidente. Em café da manhã com jornalistas, Lula reclamou de iniciar o mandato em um hotel. “Não sei se eram coisas particulares do casal, mas levaram tudo. Então, a gente está fazendo a reparação, porque aquilo é um patrimônio público”, disse o presidente.
Aos poucos, os 261 itens que faltavam ao patrimônio do Alvorada foram sendo localizados. Na quarta-feira (20/3), a Secretaria de Comunicação da Presidência anunciou ter recuperado todo o mobiliário desaparecido. De acordo com a Secom, a mobília teria sido tratada com “descaso” e estava em “locais diversos”, o que demandou esforço para sua localização.
O suposto desaparecimento dos 261 itens de mobília do Alvorada foi um dos argumentos usados pela Presidência para aquisição emergencial de móveis, sem licitação, no valor de R$ 380 mil em 2023. Outra compra, com licitação de 11 itens, destinou mais R$ 196,7 mil para recomposição do mobiliário da Presidência no ano passado.
Com a descoberta dos móveis “desaparecidos” no governo Bolsonaro, o deputado Kim Kataguiri apresentou um pedido de auditoria ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que seja apurada a legalidade dos gastos feitos por Lula. O parlamentar também questiona a gestão patrimonial das residências oficiais pela demora na localização do mobiliário.
As declarações de Lula também são alvo de um pedido de abertura de investigação apresentado nesta quinta-feira (21/3) à Procuradoria Geral da República (PGR).
O autor do pedido, o deputado Sanderson, acusa o presidente de denunciação caluniosa ao “declarar publicamente o sumiço de bens públicos e dar causa a abertura de processo administrativo imputando infração ético-disciplinar de que o sabe inocente”.
No anúncio sobre a descoberta dos itens, a Secom informou que o mobiliário comprado recentemente “passou a integrar o patrimônio da União e será utilizado pelos futuros chefes de Estado”.