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Fuga em Mossoró: empresa suspeita também fornece para PF e CGU

Empresa responsável por obras na Penitenciária de Mossoró já recebeu R$ 150 milhões em contratos com órgãos federais no atual governo

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Foto colorida de buscas por fugitivos em Mossoró - Metrópoles
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A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) também têm contratos de prestação de serviços firmados com a R7 Facilities, responsável pela reforma no telhado da Penitenciária Federal de Mossoró, por onde dois detentos fugiram no dia 14 de fevereiro. A empresa é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por esquema de “laranjas”, e a própria PF apura se funcionários da empresa facilitaram a fuga dos detentos.

Com a PF, a R7 Facilities tem três contratos firmados. Dois deles foram assinados na mesma data, 20 de abril de 2022. O mais alto, no valor de R$ 4,7 milhões, prevê a contratação de “serviços continuados de apoio administrativo de recepção, com disponibilização de solução tecnológica para gestão e fiscalização contratual, por meio de aplicação web e aplicativo mobile, com disponibilização de mão de obra em regime de dedicação exclusiva”.

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Presídio de Mossoró havia registrado tentativa de fuga menos de um ano antes da escapada inédita
Buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró
Camisa de um dos procurados pela polícia após fugir do presídio federal de Mossoró
Mapa do presídio em Mossoró; ausência de muro facilitou fuga em fevereiro
Presos que fugiram da penitenciária de Mossoró são "matadores" do CV
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Fuga em Mossoró foi inédita na história do país

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Presídio de Mossoró havia registrado tentativa de fuga menos de um ano antes da escapada inédita

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Presos que fugiram da penitenciária de Mossoró são "matadores" do CV

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Cinco presídios são administrados pelo governo federal

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No âmbito desse contrato, que tem vigência até novembro deste ano, a PF pagou à R7 Facilities R$ 282 mil no dia 5 deste mês, referentes a serviços de “apoio administrativo, técnico e operacional” prestados em dezembro de 2023.

O outro contrato firmado em 2022 prevê despesa de R$ 1,5 milhão na contratação de serviços continuados de assistente administrativo, também com a disponibilização de “solução tecnológica para gestão e fiscalização contratual, por meio de aplicação web e aplicativo mobile”.

O contrato mais antigo entre a PF e a R7 Facilities foi firmado em 2019 e tem validade até a próxima quinta-feira (29/2). Ele se refere a “serviços sob demanda nos sistemas, equipamentos e instalações prediais”, realizados na Superintendência da PF em Santa Catarina. O valor do contrato é de R$ 526 mil.

Já a CGU tem dois contratos com a R7 Facilities. O primeiro, assinado em agosto de 2019, tem vigência até setembro deste ano, no valor de R$ 3,6 milhões. Ele prevê a “prestação, de forma contínua, de serviços de secretariado (técnico em secretariado e secretário executivo) a serem prestados nas dependências da Controladoria-Geral da União, nos imóveis atualmente ocupados ou naqueles que venham a ser ocupados pelo órgão, em Brasília-DF, bem como nas unidades regionais, localizadas nas capitais dos estados do Amapá, Rio de Janeiro e Roraima”.

Por esse contrato, a R7 Facilities recebeu da CGU R$ 197 mil em janeiro e R$ 198 mil em fevereiro deste ano. O segundo contrato firmado entre a CGU e a empresa foi assinado em novembro de 2023, com validade até novembro de 2024, no valor de R$ 327 mil. Ele estabelece a contratação de “serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra na categoria de contador”, a serem prestados na sede da CGU.

R$ 150 milhões em um ano

Entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024, a R7 Facilities já recebeu R$ 150 milhões em pagamentos feitos por órgãos do governo federal.

Somente em fevereiro deste ano, a empresa já recebeu R$ 9,6 milhões em contratos com o governo. Entre os pagamentos estão R$ 2,2 milhões pagos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), vinculada ao Ministérios dos Transportes, e R$ 1,5 milhão pagos pela Coordenação-Geral de Logística do Ministério dos Direitos Humanos (MDH).

O contrato com a ANTT se refere “à prestação de serviços de mão de obra exclusiva para realização de atividades de suporte e apoio administrativo” na sede da agência. Já o MDH realizou o pagamento por “serviços operacionais e de apoio administrativo para atender às demandas do MDHC, Ministério da Igualdade Racial (MIR) e Ministério das Mulheres”.

A empresa também tem contrato com a Penitenciária Federal do Distrito Federal no valor de R$ 2 milhões para atender “as necessidades da penitenciária” na prestação de serviços continuados de apoio técnico e administrativo. O acordo tem vigência até 9 de março deste ano.

Até 2026, a R7 Facilities já tem mais R$ 150 milhões garantidos pelo governo federal em contrato firmado com o Ministério da Gestão, como informado pela coluna Na Mira do Metrópoles. O contrato abrange a prestação de serviços continuados de assistente administrativo a serem executados com regime de dedicação exclusiva de mão de obra no Ministério da Fazenda.

Os contratos entre a R7 Facilities e o governo federal começaram em 2016. Até 2018, a empresa recebeu pagamentos mensais que variaram de R$ 14 mil a R$ 640 mil pela prestação de serviços. O primeiro mês em que a empresa faturou mais de R$ 1 milhão com o governo federal foi fevereiro de 2019.

A partir de 2020, a R7 Facilities passou a receber valores mensais que iam de R$ 1,8 milhões a R$ 9 milhões. Em maio de 2023, a empresa recebeu R$ 14,7 milhões do governo federal e, em dezembro, R$ 23,6 milhões. Em janeiro deste ano, os pagamentos chegaram a R$ 5,9 milhões.

A R7 Facilities é a empresa responsável pela obra no telhado da Penitenciária Federal de Mossoró. No dia 14 de fevereiro, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça usaram um buraco na luminária de uma das celas para alcançar o telhado e fugir.

Os fugitivos são ligados ao Comando Vermelho, facção do traficante Fernandinho Beira-Mar. Eles haviam sido transferidos do Acre para Mossoró em setembro de 2023 por terem participado de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos. Eles ainda não foram localizados e seus nomes foram incluídos na lista de foragidos da Interpol.

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