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Mesmo em greve, EBC alcança boa audiência com cobertura das eleições

A EBC, Empresa Brasil de Comunicação, manteve a cobertura jornalística das eleições municipais mesmo com servidores em greve

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1 de 1 imagem colorida com símbolo da EBC - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A EBC [Empresa Brasil de Comunicação] manteve a cobertura jornalística das eleições municipais mesmo com 201 servidores em greve desde a última quinta-feira, 03/10. A TV Brasil, a Agência Brasil e as rádios que fazem parte da empresa operaram normalmente ao longo do primeiro turno.

No Rio de Janeiro, a audiência da TV Brasil chegou a ultrapassar a média diária durante o programa especial sobre as eleições, exibido ao vivo, durante quatro horas ininterruptas, neste domingo (6/10). A programação do Canal Gov também foi mantida e transmitiu a chegada do avião que trouxe brasileiros que fugiram dos conflitos no Líbano.

Os profissionais concursados da EBC decidiram paralisar as atividades poucos antes do primeiro turno. O grupo exige melhorias no plano de cargos e remunerações.

Em nota, servidores da EBC que aderiram à greve se pronunciaram sobre o assunto:

“A adesão de 95% dos Jornalistas da EBC à greve que começou no dia 3 de outubro afetou significativamente a cobertura do primeiro turno das Eleições 2024 pelos veículos públicos da empresa ⁠⁠⁠⁠— TV Brasil, Agência Brasil, Rádio Nacional e Radioagência. A ausência de repórteres, produtores e editores na redação obrigou que todo o trabalho fosse realizado pelos coordenadores e gerentes, profissionais que ocupam cargos de confiança.”

“Como consequência, neste domingo, os veículos públicos se limitaram a fazer o mínimo que foi possível. Na TV Brasil, o apresentador lia os resultados oficiais fornecidos pelo TSE e repercutia com um único especialista, sem qualquer presença de repórteres nos comitês para trazer os discursos dos candidatos, muito menos para repercuti-los. Na Agência Brasil e na Radioagência, as notícias publicadas traziam meros registros dos resultados e números oficiais. E o ouvinte que tentou se informar pelas emissoras da Rádio Nacional se deparou simplesmente com uma programação musical gravada ⁠⁠⁠⁠— como se nada de importante estivesse ocorrendo em todos os municípios do país.”

“Apesar disso, ao fim do dia, a direção da EBC enviou um comunicado interno celebrando essa cobertura e agradecendo aos que se envolveram nela. Nós, Jornalistas da empresa, encaramos essa mensagem da diretoria como uma clara tentativa de menosprezar os efeitos da nossa greve. O comunicado também nos levou a questionar se os diretores estão realmente satisfeitos com o nível absolutamente prejudicado que foi a cobertura jornalística das Eleições 2024 nos veículos da empresa.”

“Esse cenário apenas escancara que os profissionais Jornalistas são peças essenciais para se fazer comunicação pública de qualidade, e o tanto que nossa falta está sendo sentida nas redações dos veículos da EBC.”

“Importante ressaltar que estávamos em mobilização há mais de 1 mês antes das Eleições, ou seja, não nos restou outra alternativa se não pararmos também durante o 1° turno. Em paralelo, seguimos conquistando cada vez mais apoios políticos fortes e fundamentais a cada dia que passa, aumentando a visibilidade e a pressão pública pela nossa luta em defesa de direitos históricos da categoria.”

“A greve continua

E depois de a direção da EBC informar que pretende cortar o ponto dos grevistas, quem apostou que a paralisação dos Jornalistas arrefeceria nesta segunda-feira se deparou com uma grande surpresa. Em assembleia histórica ⁠⁠⁠⁠— que lotou a escadaria da sede da empresa em Brasília e também teve grande adesão dos trabalhadores de Rio de Janeiro e São Paulo —, os Jornalistas aprovaram por unanimidade a continuação da greve. Os movimentos e articulações em busca de apoio político vão ser intensificados para que possamos garantir o básico: que nossos salários não sejam rebaixados em relação ao de outras categorias de nível superior da EBC. Queremos ISONOMIA!”

“Após a assembleia, os sindicatos enviaram um ofício ao ministro da Secom, Paulo Pimenta (que é Jornalista), pedindo que ele receba e ouça os representantes do nosso movimento. Acreditamos que o plano de carreiras imposto pela diretoria da EBC é um ataque concreto a toda a categoria de Jornalistas do Brasil, traz um risco concreto de intensificar a precarização das relações de trabalho, e vai na contramão da luta trabalhista que Pimenta afirma representar como político, ex-deputado federal e ministro de governo filiado ao Partido dos Trabalhadores.”

A nota conjunta é assinada pelos sindicatos dos Jornalistas DF, SP e Rio de Janeiro.

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