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Médicos de hospitais universitários inflam horas para turbinar salário

Auditoria da CGU calcula pagamentos indevidos de R$ 4,5 milhões; médicos faziam “ajustes manuais” em relatórios de frequência

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Médicos profissional de saúde equipado com máscara (sem rosto visível)
1 de 1 Médicos profissional de saúde equipado com máscara (sem rosto visível) - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Médicos que atuam em hospitais universitários administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), inflaram suas horas de trabalho para receber pagamentos indevidos em 2022.

As contas da Ebserh apresentaram uma distorção de quase R$ 700 milhões em 2022. Entre as irregularidades apontadas está o pagamento indevido de médicos em situação de acúmulo de cargos. A despesa indevida foi calculada em R$ 4,5 milhões, referente a 110 mil horas incompatíveis em 2022.

Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), “não houve efetiva prestação de serviço em casos de incompatibilidade de horários entre as jornadas dos dois vínculos de trabalho”.

Para manter os pagamentos mesmo com horários incompatíveis, os profissionais chegavam a fraudar os registros de frequência com “ajustes manuais”.

“A principal causa dos pagamentos indevidos de remuneração são as falhas nos controles de frequência. Identificou-se que muitos colaboradores com mais de um vínculo possuem ajustes manuais em seus relatórios de frequência do ponto eletrônico”, observa o relatório de auditoria.

“Alguns colaboradores utilizam o motivo de esquecimento de registro com frequência para que seja efetuado tal ajuste. Além disso, há colaboradores com mais de um vínculo que possuem isenção de ponto por ocupar cargo em comissão ou função gratificada, o que facilita a ocorrência de pagamentos indevidos, uma vez que o controle diferenciado nesse caso é mais frágil por não ser automatizado”, diz a CGU.

A Ebserh teve sua criação autorizada em 2011. Ela é responsável pela administração de 41 hospitais universitários federais. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), as contas da empresa referentes a 2022 não cumpriram normas contábeis nem o marco regulatório específico.

A auditoria encontrou problemas no controle de estoques e no pagamento de auxílios-alimentação para servidores federais. Além disso, foram identificados erros no cálculo de ativos e passivos em contratos de arrendamento e o uso incorreto de empenhos para restos a pagar.

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metropoles.comPaulo Cappelli

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