metropoles.com

Van Hattem acusa chefe da PF após desafiar prisão: “prevaricador”

Deputado Marcel Van Hattem repetiu falas contra delegado diante do diretor-geral da PF e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Marcel Van Hattem Lewandowski
1 de 1 Marcel Van Hattem Lewandowski - Foto: null

Indiciado pelos crimes de calúnia e difamação por declarações contra um delegado da Polícia Federal, o deputado Marcel Van Hattem (Novo) chamou diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, de “prevaricador”. Eles estiveram frente a frente nesta terça-feira (03/12), na audiência da Comissão de Segurança Pública da Câmara com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

“Só quero lembrar que eu não fui preso, sr. presidente [da comissão, deputado Alberto Fraga (PL-DF)]. Isso é crime contra a honra. Estamos diante de um prevaricador, que é o diretor-geral da Polícia Federal”, disse Van Hattem. Procurado pela reportagem, Andrei Rodrigues preferiu não comentar o assunto.

Antes de acusar Andrei de prevaricação, Van Hattem refez as críticas ao delegado Fábio Shor, que se tornou alvo de bolsonaristas após imputar crimes ao ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das joias, do cartão de vacinas e da trama golpista. O parlamentar desafiou o chefe da Polícia Federal a prendê-lo após, novamente, classificar a atuação do policial federal como criminosa e exibir a foto do servidor.

A prevaricação é um crime previsto no código penal. Ele ocorre quando funcionários públicos dificultam, deixam de praticar ou atrasam, indevidamente, atos que são obrigações de seus cargos. A pena é detenção, de três meses a um ano, e multa.

“Se o entendimento é que eu estou praticando crime contra a honra, porque o seu chefe da Polícia Federal, o diretor-geral Andrei, que está aqui, não me prende agora em flagrante delito? Se estou cometendo um crime contra a honra, que me prenda! Sabe por que não, ministro? Porque a covardia age nas sombras, age nos processos secretos, age na clandestinidade dos inquéritos fake do Supremo Tribunal Federal”, disse Van Hattem após chamar Shor de “bandido”.

O parlamentar lembrou o caso que levou ao seu indiciamento: “Foi eu levantar essa foto aqui do delegado Fábio Alvarez Shor, que vossa excelência conhece. Fui à tribuna dizer que ele, sim, fez relatórios fraudulentos, baseados em informações falsas, mantendo o Felipe Martins [ex-assessor de Jair Bolsonaro] preso por seis meses com base em documentos inseridos, lá na alfândega americana, por alguma autoridade americana, muito provavelmente, e talvez, não sei, tem que ser investigado com conhecimento da Polícia Federal brasileira”.

Van Hattem discursou, novamente, exibindo a foto do delegado. Como mostrou a coluna, Shor disse que foi alvo de ameaças após ter sua imagem exposta na tribuna.

3 imagens
Lewandowski compareceu à Câmara para prestar esclarecimentos sobre ações da PF
Marcel Van Hattem repetiu críticas a delegado da PF e desafiou diretor-geral a prendê-lo em flagrante
1 de 3

O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), indiciado pela PF por discurso na Câmara

Reprodução
2 de 3

Lewandowski compareceu à Câmara para prestar esclarecimentos sobre ações da PF

Reprodução
3 de 3

Marcel Van Hattem repetiu críticas a delegado da PF e desafiou diretor-geral a prendê-lo em flagrante

Ministro defende indiciamentos

Van Hattem foi indiciado em novembro, ao lado de Cabo Gilberto Silva (PL-PB), por ofensas ao delegado, que atua em processos sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante a sessão, Ricardo Lewandowski defendeu os indiciamentos. “Eu sempre defendi a liberdade de expressão dos parlamentares. Ao longo dos 17 anos no Supremo, sempre defendi isso intransigentemente. Mas eu vi uma guinada ligeira na jurisprudência interpretando o artigo 53 da Carta Magna, dizendo que a imunidade material e processual dos parlamentares não inclui os crimes contra a honra, calúnia, injúria e difamação. Os inquéritos que estão sendo levados na Polícia Federal, que têm como objeto um crime dessa natureza [honra], em tese não estão cobertos pela imunidade parlamentar. Essa é a jurisprudência do Supremo”, argumentou o ministro.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comPaulo Cappelli

Você quer ficar por dentro da coluna Paulo Cappelli e receber notificações em tempo real?