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Marielle: Chiquinho Brazão recebeu miliciano e mulher de líder do CV

Caso Marielle: citado em delação homologada pelo STF, deputado federal Chiquinho Brazão possui uma curiosíssima lista de visitantes

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Agência Câmara
Marielle Chiquinho Brazão
1 de 1 Marielle Chiquinho Brazão - Foto: Agência Câmara

Citado por Ronnie Lessa nas investigações envolvendo o assassinato de Marielle Franco, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) possui uma curiosíssima lista de visitantes que passaram pelo seu gabinete. Ele já recebeu de miliciano acusado de duplo homicídio a esposa de líder do Comando Vermelho (CV) condenada por envolvimento com o tráfico de drogas.

Quando era vereador, Chiquinho Brazão se reuniu com o miliciano Cristiano Girão em 7 de março de 2018, uma semana antes da execução de Marielle, sua então colega na Câmara do Rio de Janeiro. Girão e Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora, têm um elo macabro. Ambos vão juntos a júri popular por envolvimento em outro crime: o homicídio de um policial e sua esposa. Preso desde 2021, Girão foi condenado por chefiar uma milícia na zona oeste da cidade que tomou o controle de área antes dominada por traficantes do CV.

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Ex-PM, Ronnie Lessa citou Chiquinho Brazão em investigação sobre Marielle
Luciane Farias, esposa de líder do CV do Amazonas bateu à porta de Chiquinho Brazão
Preso em 2021, Cristiano Girão visitou gabinete de Chiquinho Brazão dias antes da morte de Marielle
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão
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Apontado como chefe de milícia no Rio, Cristiano Girão visitou Chiquinho Brazão dias antes da morte de Marielle

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Ex-PM, Ronnie Lessa citou Chiquinho Brazão em investigação sobre Marielle

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Luciane Farias, esposa de líder do CV do Amazonas bateu à porta de Chiquinho Brazão

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Preso em 2021, Cristiano Girão visitou gabinete de Chiquinho Brazão dias antes da morte de Marielle

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O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão

Tércio Teixeira/Flickr Domingos Brazão

Em março de 2023, já na Câmara dos Deputados, em Brasília, Chiquinho Brazão se reuniu com Luciane Farias, esposa de Clemilson Farias, o Tio Patinhas, líder do CV no Amazonas. Ela foi condenada a 10 anos de prisão por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa, mas responde em liberdade enquanto aguarda recurso. A coluna teve acesso a documentos que mostram que as visitas ao gabinete do parlamentar ocorreram nos dias 14 e 15 de março, respectivamente às 11h49 e 10h54.

A referência a Chiquinho Brazão na delação de Ronnie Lessa foi revelada com exclusividade por Guilherme Amado, colunista no Metrópoles, nesta terça-feira (19/3). Foi a citação ao deputado, que tem foro por prerrogativa de função, que fez com que o inquérito migrasse do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Registro apagado

Revelada pelo site Intercept, a visita do miliciano Cristiano Girão a Chiquinho Brazão foi apagada dos registros da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, que, na ocasião, não soube explicar o motivo.

O próprio Girão, contudo, confirmou a visita em entrevista. Ex-vereador, ele disse que aproveitou que levou a esposa para fazer exames médicos no centro da cidade para, então, passar na Câmara e visitar Chiquinho Brazão, bem como o também parlamentar Jorge Filippe, ex-presidente da Casa.

Esposa de líder do CV

A coluna questionou o gabinete de Brazão sobre o teor do encontro com Luciane Farias, mas ainda não obteve retorno. Em suas viagens a Brasília, ela também se encontrou com os deputados André Janones (Solidariedade), Guilherme Boulos (PSol) e Daina Santos (PCdoB). A esposa de Tio Patinhas milita por melhores condições para presidiários e familiares de detentos.

Na política, Chiquinho Brazão e seu irmão Domingos Brazão, que também figura nas investigações sobre Marielle, rumaram caminhos distintos em eleições presidenciais. Atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos apoiou Dilma Rousseff na eleição de 2014, a última na qual pôde se manifestar antes de assumir o atual cargo.

Chiquinho Brazão, por sua vez, apoiou o então presidente Jair Bolsonaro na campanha de 2022.

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