Fala de Lula sobre Hamas gera debate no PSol de Boulos
Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Boulos tem buscado evitar falar sobre a guerra entre Israel e Hamas
atualizado
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O apoio ao Hamas, grupo extremista em guerra com Israel, abriu gerou debate no PSol, partido de Guilherme Boulos, pré-candidato à prefeitura de São Paulo. Enquanto parte da militância do PSol, defende que o apoio ao Hamas seja feito abertamente, o núcleo da campanha de Boulos tenta evitar a exposição.
Questionado sobre o assunto, Boulos tem dito que não é candidato a prefeito de Tel Aviv, capital de Israel.
No final de semana, Lula comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovidos por Hitler na Segunda Guerra Mundial. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
A declaração já rendeu um pedido de impeachment aberto pela oposição e uma reação indignada do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e da comunidade judaica no Brasil. Em seus canais no aplicativo Telegram, o Hamas agradeceu a Lula pelas afirmações.
No PSol, a ideia de manifestar abertamente o apoio às falas de Lula e ao Hamas não é defendida pelos integrantes da equipe de campanha de Boulos, que consideram o posicionamento prejudicial ao nome do candidato. Segundo fontes, o tema teria sido discutido no domingo no partido. A campanha de Boulos nega qualquer atrito com correligionários.
Em outubro, depois do ataque do Hamas a Israel que deu início à guerra nas Faixa de Gaza, o infectologista Jean Gorinchteyn, secretário da Saúde do governo paulista durante a pandemia de Covid-19, na gestão João Doria, deixou a coordenação de campanha de Boulos. O motivo foi a declaração do deputado condenando os ataques a Israel, mas não o Hamas.
A ex-prefeita de São Paulo, Martha Suplicy, foi indicada pelo PT como vice na chapa de Boulos.