O desafio de Lula ao lidar com a China, empolgada com a vitória do PT
Vitória de Lula fez crescer a expectativa da China em relação ao Brasil
atualizado
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A vitória de Lula fez crescer a expectativa da China em relação ao Brasil. O raciocínio é simples. Se em 2021, com Bolsonaro no poder, as transações comerciais entre os dois países bateram recorde, com Lula as negociações poderão ganhar ainda mais fôlego nos próximos anos.
Foi em 2009, no segundo mandato de Lula, que a China superou os Estados Unidos como maior parceiro comercial do Brasil e, também, quando o Brics se consolidou.
Bolsonaro, por outro lado, não raro atacou a China e, no auge da pandemia, chegou a sugerir que o país criou o coronavírus para iniciar uma “guerra química”. A verborragia, mostram os números, não foi capaz de arrefecer as transações. Mas, apurou a coluna, contribuiu para que a gigante estatal chinesa CCCC (China Construction Communications Company) interrompesse investimentos de infraestrutura previstos no Brasil.
O país asiático não esconde a empolgação com o presidente eleito. Primeiro, a Embaixada da China enviou “calorosas congratulações” a Lula horas após o Tribunal Superior Eleitoral declarar o resultado das urnas. Em seguida, foi Xi Jinping que lembrou o histórico amigável com o brasileiro e disse querer conversar sobre uma “perspectiva estratégica e de longo prazo”.
Mas nem tudo são flores, e Lula já tem do que tratar na mesa de negociações. O atual momento da China difere de 2021, quando foi registrado o recorde de US$ 135 bilhões em transações com o Brasil. Com inflação em alta e uma nova onda de Covid, os chineses começaram a reduzir importações, incluindo a carne e a soja brasileiras. Caberá ao futuro governo Lula tentar mitigar a queda das exportações ao maior parceiro comercial do Brasil.