Lula demite agente da Abin que é próximo de Tarcísio e foi alvo da PF
Agente demitido pela Casa Civil de Lula foi segurança de Tarcísio em 2022 e é investigado por monitoramento ilegal de autoridades
atualizado
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O governo Lula demitiu nesta segunda-feira (23/9) Fabrício Cardoso de Paiva, agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que coordenou a segurança de Tarcísio de Freitas na campanha pelo Governo de São Paulo em 2022. Homem de confiança de Tarcísio, Paiva é investigado no âmbito do inquérito da Polícia Federal (PF) que apura o monitoramento ilegal de magistrados e integrantes da imprensa pela gestão de Jair Bolsonaro.
O oficial de inteligência trabalhava com Tarcísio desde que o governador ocupava o cargo de ministro da Infrastrutura de Bolsonaro. Com a candidatura de Tarcísio em São Paulo, Paiva pediu licença do cargo de agente da Abin para se dedicar à disputa eleitoral. No entanto, antes que o pedido fosse acolhido, o agente já estava envolvido nas atividades de campanha.
O afastamento das funções sem autorização da direção da Abin levou à demissão de Paiva. O argumento usado na portaria de exoneração assinada por Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil de Lula, foi o abandono de cargo.
Paiva foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF na operação Última Milha, em outubro de 2023, que investiga a utilização ilegal do sistema First Mile pela Abin no governmo Bolsonaro. De acordo com a PF, o agente é ligado a Paulo Maurício Fortunato Pinto, diretor da Abin afastado por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Na casa de Fortunato, a PF encontrou 171,8 mil dólares em espécie.
Confusão durante a campanha
Na campanha de Tarcísio em 2022, Paiva esteve envolvido em uma confusão com repórteres e cinegrafistas devido a um tiroteio ocorrido durante uma agenda do então candidato em Paraisópolis, zona sul de São Paulo. O agente foi gravado tentando intimidar um cinegrafista para que as imagens do tumulto provocado pelo tiroteio fossem apagadas. Tarcisio precisou ser retirado às pressas do local.
Atualmente, Paiva trabalha para prefeituras do interior de São Paulo, sem poder assumir cargos oficiais com a administração pública devido ao vínculo com a Abin.