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Lula convoca líderes para tentar conter crise entre Congresso e STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda deve se reunir com Lira e Pacheco para mediar a crise das emendas entre Legislativo o Supremo

atualizado

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
1 de 1 Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente Lula convocou os líderes do governo no Congresso para uma reunião na próxima segunda-feira (19/08), no Planalto, para tentar conter a crise do Legislativo com o Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da interrupção no repasse das chamadas “emendas Pix”. A ideia de Lula é amarrar a estratégia com os parlamentares e, em seguida, reunir-se com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Devem participar da primeira reunião os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP).

Nesta sexta-feira (16/08), o plenário virtual do STF decidiu referendar a decisão do ministro Flávio Dino para suspender o pagamento das emendas impositivas, nas quais estão incluídas as “emendas Pix”.  A avaliação dos líderes do governo ouvidos sob reserva pela coluna é que a crise iniciada pelo Judiciário deve respingar no Planalto. Por isso, ministros aconselharam Lula a entrar em campo na última reunião ministerial.

Um dos temores é que o Congresso aprove um Orçamento mais restritivo, que impeça o governo de fazer investimentos em obras estruturantes – como o PAC – no ano que antecede a eleição presidencial de 2026. No pior dos cenários, caso a crise perdure, os parlamentares podem encerrar 2024 sem votar o orçamento de 2025, fazendo o Executivo contar apenas com a liberação mensal de 1/12 do valor previsto para o custeio da máquina pública.

Relator do orçamento garante que emendas pix continuam

Relator do Orçamento de 2025, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) reagiu à do STF. Ele afirmou à coluna que os congressistas foram “jogados às traças” e que estuda alternativas para lidar com a nova crise entre Poderes. Prontamente, ele garante que esse tipo de repasse continuará em uso no próximo ano e considera que uma das saídas para o Legislativo é submeter os gastos do Executivo e da própria Justiça aos mesmos parâmetros de transparência.

“Não vamos diminuir a emenda Pix, ela é um derivado das emendas impositivas. Podemos aprimorá-la, mas não perdê-la. Esse repasse dá celeridade, permite o início de uma obra em 90 dias após a indicação, enquanto as outras emendas demoram até dois anos”, disse Angelo Coronel em entrevista à coluna. No início do mês, o ministro do STF Flávio Dino suspendeu a execução de emendas impositivas até que o Congresso estabeleça novos procedimentos para garantir transparência.

Angelo Coronel afirma que as regras definidas por Dino em sua decisão, referendada nesta sexta-feira (16/8) pelo plenário da Corte, não podem ser executadas por limitações técnicas. O senador argumenta que nem a Caixa, responsável pelo pagamento às obras, nem a Saúde, que controla a maior parte das emendas, possuem quadros suficientes para definir quais municípios estão aptos a receber cada emenda.

“Se for para abrir tudo no Poder Legislativo, precisamos de transparência geral a todos os Poderes. O Congresso pode agir nesse sentido, pois somos os responsáveis por criar e editar as leis. Chegou a hora de todos os Poderes aplicarem a regra do Dino. Mas não há motivo para briga… O mais responsável e inteligente seria o Congresso, o STF e o Planalto se reunirem, para manter a harmonia e independência. Não adianta aprovar o Orçamento e ter um novo ajuizamento das emendas no futuro”, finaliza Coronel.

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