Lira demite servidora da Câmara que recebeu salário morando nos EUA
Servidora demitida por Lira é sócia de uma agência de seguros no Texas desde 2022, mas recebeu R$ 33,6 mil da Câmara no ano passado
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, demitiu a servidora Edimara Pasinato Dal Pozzo, do cargo funcional de técnico administrativo, com atribuição de assistente administrativo. Dal Pozzo trabalhava no Legislativo federal desde fevereiro de 2011 e morava há sete anos nos Estados Unidos.
De acordo com os registros de Dal Pozzo na Câmara, ela recebeu salários de R$ 19,2 mil até fevereiro de 2018. Em março, recebeu R$ 2,6 mil e os pagamentos foram interrompidos até 2022. Em setembro, outubro e novembro de 2022, a servidora recebeu salários de R$ 20,9 mil. Depois disso, os registros mostram novos pagamentos em abril e maio do ano passado, quando Dal Pozzo recebeu, respectivamente, R$ 22,5 mil e R$ 11,1 mil.
Em 2022, a servidora ficou famosa entre os brasileiros que moram nos EUA. Em sociedade com uma advogada carioca, Edimara Dal Pozzo abriu a primeira agência de seguros brasileira noTexas, com sede em Austin. A empresa já tinha escritórios na Florida, Arizona, Utah e Virgínia.
Na imprensa voltada para brasileiros que vivem nos EUA, ela foi descrita como “administradora de empresas, natural do Rio Grande do Sul e residente nos Estados Unidos há cinco anos”. A agência de seguros de Dal Pozzo, a Star All Insurance Group LLC, teria “único propósito em ajudar a comunidade brasileira nos Estados Unidos a economizar e a se manter protegida”.
O último cargo em comissão ocupado pela servidora na Câmara foi o de chefe da seção de Gestão de Recursos Audiovisuais da Coordenação de Engenharia de Telecomunicações e Audiovisual, do Departamento Técnico da Casa. Ela foi dispensada da função em março de 2018.
Dal Pozzo foi demitida da Câmara com base nos artigos 132 e 138 da Lei nº. 8.112, de 1990, relacionados ao abandono de cargo. O critério pode ser aplicado caso o servidor deixe de comparecer ao serviço por 30 dias consecutivos.
A coluna tentou contato com Dal Pozzo, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.