Lira recebe Elmar Nascimento, que sofre revés na sucessão à Câmara
Líder do União Brasil, Elmar Nascimento resistiu aos apelos de Lira para deixar a disputa pela preisdência da Casa
atualizado
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O presidente da Câmara, Arhtur Lira (PP-AL), recebeu o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (União-BA), nesta quarta-feira (04/09). De acordo com interlocutores, a conversa entre os dois foi difícil, pois o parlamentar baiano resiste aos apelos do aliado para deixar a disputa pela presidência da Casa. Como mostrou a coluna, Lira chegou a um acordo com o presidente Lula e ambos apoiarão Hugo Motta (Republicanos-PB) para presidir os deputados a partir de 2025.
A articulação incomodou Elmar Nascimento, pois ele era visto como o favorito de Lira para sucedê-lo. Mesmo assim, o líder do União Brasil reafirmou, pessoalmente, que insistirá na empreitada e que buscará os votos para chegar ao cargo. Apesar de ter conseguido apoio de caciques de partidos como PSB e PDT, Elmar é considerado inviável pela má relação com o Planalto e pelas dificuldades de trânsito com o baixo clero da Câmara.
Lira insistiu na necessidade de uma candidatura consensual. Hugo Motta, além de ter as bençãos do Planalto e do atual presidente da Câmara, também recebeu apoio de Bolsonaro, como mostrou o colunista Igor Gadelha. O maior desejo de Lira, afirmam interlocutores, é evitar um racha na Casa após as eleições municipais, quando o Congresso precisa funcionar a todo vapor.
Aliados de Lira também argumentam que o deputado alagoano não pode se tornar um “novo Rodrigo Maia”, que não conseguiu fazer o sucessor na presidência da Câmara e, por isso, caiu no ostracismo político. Caso consiga eleger Hugo Motta, numa costura com Lula e Bolsonaro, o atual presidente conseguirá manter influência na Casa, mesmo após deixar o cargo.
Lira e Lula tentarão convencer os insatisfeitos
Além de Elmar Nascimento, o líder do PSD, Antônio Brito (BA), também insiste na candidatura. Ele afirmou a aliados que não deixará a corrida porque é viável, uma vez que transita bem entre governo e oposição e pelo baixo clero.
Para dissuadir os descontentes, governo Lula colocará duas vagas de ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) na mesa de negociações. Uma vaga é do ministro Aroldo Cedraz, que completa 75 anos e se aposentará em 2026. A outra é de Augusto Nardes, que deve antecipar sua aposentadoria para se candidatar nas próximas eleições.