metropoles.com

Lewandowski tira cargo de agente da PF condenado por fraudar imigração

Agente da PF punido por Lewandowski foi condenado a 2 anos de prisão por falsificar documento de imigrante libanesa

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
Lewandowski
1 de 1 Lewandowski - Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski determinou a perda do cargo público do agente da Polícia Federal (PF) Gilson Moura Castro, condenado por fraudar documentos de imigração de um casal de libaneses residente no Brasil. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o agente preencheu do próprio punho os testes de conhecimentos em português do casal.

Fatmé Mohammad Kachour e Mohammad Ali El Akra, donos de uma loja de móveis e utensílios para bebês em Campo Grande (MS), imigraram para o Brasil na década de 2000 e viviam como residentes. Em 2009, deram entrada no pedido de naturalização. Em depoimento, El Akra disse ter sido atendido pelo agente Gilson Castro, que chefiava o setor, quando apresentou a documentação. Ele contou que era Castro quem resolvia suas questões referentes à permanência no Brasil antes disso.

3 imagens
Imigrantes libaneses entraram com pedido de naturalização em 2009
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça de Lula, disse que foi dificil barrar o crime organizado nas eleições
1 de 3

Agente da PF chefiava setor de imigrações em Campo Grande (MS)

PF/Divulgação
2 de 3

Imigrantes libaneses entraram com pedido de naturalização em 2009

3 de 3

Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça de Lula, disse que foi dificil barrar o crime organizado nas eleições

Henrique Raynal | CC

A esposa, Fatmé Mohammad, disse lembrar de ter preenchido um documento em português em uma das vezes em que esteve na Delegacia da PF e que um agente chegou a ir até sua residência para falar sobre o assunto, mas ela não se encontrava. Também em depoimento, uma colega de Gilson Castro disse que o teste de conhecimentos em português de Fatmé foi devolvido pela sede da PF em Brasília para que fosse refeito. Uma sindicância sobre o caso foi assinada pelo próprio Castro.

Durante o inquérito, o MPF solicitou um exame grafológico do teste da imigrante e de outros documentos escritos à mão pelo agente. O resultado mostrou que eles haviam sido feitos pela mesma pessoa.

“Laudo produzido pelo perito do juízo concluiu, em síntese: que a caligrafia do teste de português possui convergências com o padrão de escrita de Gilson e tanto o preenchimento do pedido de naturalização de Fatmé, quanto o preenchimento do teste de português e sua assinatura no campo do servidor responsável, como as diversas páginas escritas nas agendas de 2010 e 2011, partiram do mesmo punho escritor de Gilson Moura Castro”, diz a sentença da 5ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande.

O documento afirma ainda “que o preenchimento dos demais pedidos de naturalização da família El Akra também apresentam convergências com a letra de Gilson”. À Justiça, o casal negou ter oferecido dinheiro a Castro para acelerar o processo de naturalização, que foi concluído em 2011.

Defesa

Em sua defesa, Gilson alegou que o exame pericial da sua caligrafia usou como base documentos que ele não reconhecia como tendo sido escritos por ele. O agente também argumentou que as senhas e logins dos sistemas de imigração eram compartilhados. Ele pediu a nulidade do processo por ausência de provas. A Justiça Federal considerou, porém, os depoimentos de outros servidores da PF que negaram o compartilhamento de senhas e o volume de amostras de documentos produzidos pelo agente e analisadas no teste pericial.

Castro foi condenado a 2 anos e 4 meses de prisão em regime aberto e perda do cargo por falsificação de documento público. O agente foi inocentado de outra acusação por falsificação no mesmo processos, por prescrição. A expulsão foi determinada pelo ministro Ricardo Lewandowski após a rejeição de recursos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o trânsito em julgado da decisão, em agosto.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comPaulo Cappelli

Você quer ficar por dentro da coluna Paulo Cappelli e receber notificações em tempo real?