metropoles.com

Carlinhos Cachoeira diz que juiz possui R$ 1 bilhão em fazendas

Juiz pediu ao Ministério Público Federal que famoso empresário seja preso preventivamente por revelar informações sigilosas de processo

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução
Juiz empresário
1 de 1 Juiz empresário - Foto: Reprodução

O juiz federal Alderico Rocha Santos relatou ter sofrido suposta ameaça do empresário Carlinhos Cachoeira. Em ofício enviado à corregedoria do Ministério Público Federal (MPF), o magistrado disse que Cachoeira “mandou recado” dizendo que iria “desmoralizá-lo publicamente”.

Essa desmoralização, segundo ele, teria ocorrido com o vazamento do procedimento administrativo disciplinar (PAD) no qual o juiz passou a ser investigado após comprar duas fazendas por R$ 33 milhões. No âmbito desse PAD, o magistrado enviou um ofício ao Ministério Público:

“Este comunicante [Alderico] informa que em 2012, após decretar a prisão e condenar Carlos Augusto de Almeida Ramos, vulgo Carlos Cachoeira, e mais cerca de 50 policiais, o mesmo mandou a este requerente o recado de que ‘um dia’ iria desmoralizá-lo publicamente”, escreveu o juiz, referindo-se à Operação Monte Carlo, em 2012.

“Cachoeira é quem mais divulga informações sigilosas no Instagram. Por oportuno, caso entendam-se presentes os requisitos de prisão preventiva de Carlos Cachoeira, como garantia de ordem pública, requer que seja analisada a viabilidade do requerimento da mencionada medida cautelar nos processos em fase de julgamento de recurso perante o TRF-1, já que se trata de coação contra este comunicante, em razão de ter julgado processo contra o mesmo”, continuou Alderico Santos na solicitação enviada ao MPF na semana passada.

Procurado, Carlinhos Cachoeira negou a acusação e foi breve ao comentar o caso.

“Esse juiz é um servidor público que tem R$ 1 bilhão em fazendas. E vou provar.”

10 imagens
Para a procuradora Ana Paula Mantovani, juiz não comprovou fonte de recursos para comprar fazendas de R$ 33 mi
Carlinhos Cachoeira foi alvo de operação determinada pelo juiz Alderico Santos
Ex-jogador do Barcelona, Arthur Melo transferiu R$ 4,1 milhões
O juiz federal Alderico Rocha Santos acusou empresário
O jogador Arthur Melo durante treino
1 de 10

Juiz Alderico Santos recebeu R$ 4 milhões do jogador da Seleção Brasileira Arthur Melo

Reprodução
2 de 10

Para a procuradora Ana Paula Mantovani, juiz não comprovou fonte de recursos para comprar fazendas de R$ 33 mi

Reprodução
3 de 10

Carlinhos Cachoeira foi alvo de operação determinada pelo juiz Alderico Santos

José Cruz/ABr
4 de 10

Ex-jogador do Barcelona, Arthur Melo transferiu R$ 4,1 milhões

Reprodução
5 de 10

O juiz federal Alderico Rocha Santos acusou empresário

Tribunal Regional Eleitoral/ Goiás
6 de 10

O jogador Arthur Melo durante treino

Jose Manuel Alvarez/Quality Sport Images/Getty Images
7 de 10

Carros de luxo, fazendas e empresas: juiz é investigado por manter patrimônio incompatível com a renda

Reprodução
8 de 10

Juiz tem em seu nome um Ford Mustang Mach 1 avaliado em mais de R$ 500 mil

Reprodução
9 de 10

Alderico Rocha Santos atua na Justiça Federal em Goiás

Reprodução
10 de 10

Juiz relatou suposta ameaça de empresário

Reprodução

Investigação

O juiz federal Alderico Rocha Santos, que atua em Goiás, pode sofrer a punição máxima na magistratura: a aposentadoria compulsória. Investigações do Ministério Público Federal apontam que ele não teria conseguido comprovar a origem do dinheiro usado na compra de duas fazendas em Goiás. Os imóveis foram adquiridos em 2022 ao custo de R$ 33,5 milhões.

Ao solicitar a aposentadoria compulsória de Alderico Santos, que atua em Goiás, a procuradora Ana Paula Mantovani Siqueira destacou que ele multiplicou o patrimônio, em mais de 10 vezes, numa velocidade incompatível com o salário.

Em reclamação disciplinar formalizada na corregedoria do TRF-1 [Tribunal Regional Federal da 1ª Região], escreveu a procuradora: “O valor total apenas das duas fazendas compradas pelo magistrado em 2022 supera em mais de 10 vezes o patrimônio declarado em 31/12/2008, o que reforça a necessidade de aprofundamento das investigações para análise da licitude da origem dos bens, uma vez que o exponencial crescimento patrimonial, salvo melhor juízo, não parece guardar compatibilidade com os rendimentos recebidos pelo desempenho de cargos públicos”.

Juiz se pronuncia

O juiz Alderico Rocha Santos entrou em contato com a coluna e se manifestou por meio de mensagens de áudio: “Em 2004, 2005, eu já tinha 1.276 alqueires de terra, que era três vezes mais do que a terra que eu tenho hoje, que é de 400 e poucos alqueires e corresponde a R$ 33 milhões. E, em 1991, por questão de direito hereditário, minha mãe faleceu, eu já tinha uma fazenda lá no Maranhão”.

“Eu fui advogado da Caixa Econômica, foi juiz estadual, procurador da República, trabalhei em bancos. Então, quando eu ingressei na Justiça Federal, meu patrimônio já era três vezes mais do que o que eu tenho hoje”, disse.

Jogador da Seleção Brasileira

Na documentação analisada pelo MPF, consta uma repasse de R$ 4 milhões que o jogador da Seleção Brasileira, Arthur Melo, fez a Alderico Santos. O magistrado sustenta que a transação ocorreu dentro da legalidade.

“O Arthur, eu vendi uma terra para ele. Tudo documentado, tudo comprovado. Saiu da conta dele direto para a mulher [Adriane Campos] que me vendeu a terra, tudo comprovado, tudo documentado. Nada de errado”, afirmou o juiz. Questionado se poderia dar mais detalhes sobre o imóvel comprado pelo jogador, o magistrado completou:

“Em 2003, eu adquiri uma chácara de sete alqueires na periferia de Goiânia. E, com o passar do tempo, ela valorizou, porque duplicaram a rodovia e construíram o terminal de ônibus em frente à chácara. Aí eu vendi para um pessoal que não deu conta de pagar. Aí eu peguei a terra, e um corretor me procurou falando que o Arthur queria comprar. E eu vendi para o Arthur pelo mesmo preço que eu já tinha negociado”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comPaulo Cappelli

Você quer ficar por dentro da coluna Paulo Cappelli e receber notificações em tempo real?