Presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann não escondeu sua irritação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O motivo da vez foi o lançamento do edital do Trem Intercidades (TIC), entre São Paulo e Campinas.

Tarcísio é visto pelo PT como potencial herdeiro dos votos de Bolsonaro em 2026.

O edital do TIC foi lançado no sábado (7/10), com um investimento previsto de R$ 8,5 bilhões. Parte desses recursos são oriundos de um empréstimo de R$ 6,4 bilhões do BNDES para o governo de São Paulo, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Para Gleisi, Tarcísio omitiu de forma deliberada a participação do governo federal na obra, o que classificou como “oportunismo político”.

Em contato com a coluna, o governo de São Paulo negou que o governador tenha omitido o investimento do governo federal apontado por Gleisi. De acordo  com a assessoria de Tarcísio, por se tratar de um empréstimo, o dinheiro investido continua sendo do estado.

O estado também argumenta que o dinheiro do BNDES não pertence ao Tesouro Nacional e que o edital do projeto é anterior ao PAC. 

Em setembro, Tarcísio adiou o leilão de concessão do TIC para fevereiro de 2024. Cinco empresas teriam demonstrado interesse na disputa, segundo Tarcísio.

O projeto inclui três modalidades de serviços: o Trem Intercidades (TIC), que vai da Estação Barra Funda, na zona oeste da capital, diretamente até Campinas; o Trem Intermetropolitano (TIM), entre Campinas e Jundiaí; e a atual Linha 7-Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que será transferida à concessionária que vencer o projeto.

De acordo com governo de São Paulo, o valor máximo estimado para a tarifa do trem é de R$ 64 no TIC, R$ 14,05 para o TIM e R$ 4,40 na Linha 7-Rubi.