Investigação da Polícia Federal sobre golpe exime Exército e mira CPFs
O Exército Brasileiro, como instituição, conseguiu se preservar em meio à prisão de militares investigados pela Polícia Federal
atualizado
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A investigação da Polícia Federal sobre plano de golpe acabou por eximir o Exército Brasileiro, quanto instituição, de qualquer prática ilegal em 2022. O inquérito apontou CPFs de 27 militares que responderão por suposto envolvimento na trama.
O relatório também indicou que “a maioria absoluta do Alto-Comando do Exército” jamais embarcou em um movimento para evitar a transição de poder em 2022. Generais que antes habitavam o imaginário de radicais como favoráveis a um golpe se revelaram legalistas após a divulgação do material coletado pela PF. Entre eles, o então comandante do Exército, Freire Gomes.
Integrantes do Alto-Comando foram xingados em mensagens privadas trocadas por meia-dúzia de militares. Também viraram alvo de centenas de postagens públicas de civis que clamavam por “intervenção federal”. Mesmo com a pressão, nenhum quartel do Brasil registrou atos que demonstrassem alinhamento com a proposta.
Se o Exército quanto instituição foi preservado, um de seus braços saiu chamuscado das investigações: as Forças Especiais (FE), especializadas em guerras não convencionais. Do grupo sediado em Goiânia participavam militares como Mario Fernandes, enrolado até o pescoço no inquérito.
“Só chamamos FE”
O envolvimento de fardados das Forças Especiais era tão intenso que qualquer militar que não fosse um “kid preto” era excluído das reuniões para discutir formas de evitar a posse de Lula.
Isso é ilustrado em mensagens obtidas pela Polícia Federal. Em um dos diálogos, o tenente-coronel Mauro Cid pergunta ao coronel Correa Neto se poderia convidar o assistente de um general para um dos encontros. Em resposta, Correa Neto o repreende: “Não é FE. Só chamamos FE”.