Invasão ao CNJ: hacker usou credencial de consultor de TI da ONU
Credencial de administrador do sistema permitiu que o hacker Walter Delgatti criasse perfil com privilégios para inserir mandados falsos
atualizado
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O hacker Walter Delgatti Neto, preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (2/8), usou o perfil de um consultor contratado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Delgatti teve prisão preventiva decretada por inserir, no sistema do CNJ e de outros tribunais brasileiros, 11 alvarás de soltura de presos e um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Para acessar o sistema, no dia 4 de janeiro, Delgatti violou a credencial de um especialista em tecnologia da informação. O servidor é contratado pelo Pnud desde 2020 e trabalha remotamente na equipe técnica para uma série de publicações conjuntas do CNJ e do organismo da ONU.
O Pnud é o programa da ONU voltado a temas como desenvolvimento humano, combate à pobreza, direitos humanos e igualdade de gênero e raça.
Como a credencial desse servidor tinha classificação de “administrador”, Delgatti conseguiu entrar no Sistema de Controle de Acessos (SCA) do CNJ. Lá, ele criou uma credencial falsa com privilégios de magistrados.
Essa credencial, em nome de Adolfo Majado Filho, foi a responsável pela inclusão dos mandados e alvarás falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão do CNJ.
A operação desta quarta-feira também cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços da deputada Carla Zambelli. Ela foi apontada por Delgatti como mandante das invasões ao sistema do CNJ.