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General é apontado como “informante” de Moraes por bolsonaristas

Polícia Federal descobriu diálogo em que militares radicais conversaram sobre golpe e apontaram general como

atualizado

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O general Valério Stumpf Trindade, apontado por Mauro Cid como informante do ministro Alexandre de Moraes
1 de 1 O general Valério Stumpf Trindade, apontado por Mauro Cid como informante do ministro Alexandre de Moraes - Foto: null

Em mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF) na investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, militares bolsonaristas afirmam que Alexandre de Moraes tinha um general como informante. Eles apontam Valério Stumpf Trindade, ex-comandante militar do Sul, como “leva e trás” do “ovo”, apelido dado ao ministro do STF.

Segundo as investigações, ala militar próxima a Bolsonaro fez campanha contra fardados que não aderiram ao suposto plano de golpe, como Stumpf. O diálogo em posse da PF foi entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e um interlocutor chamado de “Riva”. Ao então auxiliar do presidente, o colega diz que estava “abismado” após escutar que o então vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) negociou com outros generais a “saída do 01”, código usado para se referir a Bolsonaro.

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O general Valério Stumpf Trindade, apontado por Mauro Cid como informante do ministro Alexandre de Moraes
O general Valério Stumpf Trindade, apontado por Mauro Cid como informante do ministro Alexandre de Moraes
O general Valério Stumpf Trindade, apontado por Mauro Cid como informante do ministro Alexandre de Moraes
PF teve acesso a conversas de Mauro Cid
Tenente-coronel do Exército Brasileiro e ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, Mauro Cid fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro
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General foi apontado por bolsonaristas como "informante" de Moraes

Polícia Federal
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Tenente-coronel do Exército Brasileiro e ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, Mauro Cid fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro

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Jair Bolsonaro ao lado de Mauro Cid

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Veja o diálogo:

Rivas: “Estou escutando a história do Mourão e estou abismadooooooo (sic). Fora os outros GEN [generais]. Na reunião com o 01 [Bolsonaro] e o que eles fizeram. Que o Mourão negociou com outros generais a saída do 01, falando que o Peru era logo ali. Rasgaram o documento que o 01 assinou. Estava em reunião com o vice da China com relação à Huawei aqui no Brasil. Tinha informante do 🥚[emoji de ovo] de leva e trás”.

Mauro Cid, então, digita o nome de quem acreditava ser o tal informante de Alexandre de Moraes: “Gen [general] Stumph (sic)”. Rivas concorda: “Sim, outro amigo do FHC [o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso]. Negociando cargos no governo para parentes, inclusive”. Mauro Cid completa: “Vergonha eterna esses integrantes do ACE [Alto Comando do Exército]”.

Rivas: “No meu vago conhecimento e entendimento, isso se assemelha a traição à pátria, lesa pátria. Isso independente de patente. Isso é de embrulhar o estômago”. Mauro Cid: “Decepção sem tamanho”. Rivas: “O Alte [almirante] Garnier é patexérciriota. Tinham tanques no arsenal prontos”. Mauro Cid: “Para mim, o 01 tinha que ter rompido com a MB [Marinha Brasileira], que o EB [Exército Brasileiro] e a FAB [Força Aérea Brasileira] iriam atrás”.

De acordo com o relatório da Polícia Federal, quando Rivas fala que os generais rasgaram um documento assinado por Bolsonaro, ele estaria “possivelmente se referindo ao Decreto de Golpe de Estado”. O parecer continua a análise da conversa: “Além de ratificar que o então presidente Jair Bolsonaro tinha elaborado o Decreto, as mensagens encaminhadas pelo contato ‘Rivas’ ainda confirmam a adesão do almirante Almir Garnier ao intento golpista”.

General alvo de ataques

A investigação aponta que os militares contrários à suposta tentativa de golpe se tornaram alvo de ataques nas redes sociais. No dia 15/11 de 2022, o coronel Corrêa Netto encaminhou a ao também coronel Fabrício Bastos cinco fotografias com nomes de generais da ativa do Exército Brasileiro que se opuseram ao esquema. O nome de Stumpf foi citado.

Os três primeiros generais identificados por Corrêa Netto eram os que lideravam os Comandos Militares do Nordeste, do Sul e do Sudeste: Richard Nunes, Valério Stumpf e Tomás Paiva, atual chefe das Forças Armadas. “Conforme será demonstrado, os referidos generais foram alvos de vários ataques orquestrados pela organização criminosa pelo fato de terem se posicionado contrários à ruptura institucional”, diz um trecho do parecer.

Os demais nomes expostos pelo grupo foram: o general André Luís Novaes Miranda, que esteve à frente do Comando Militar do Leste até 19 de novembro de 2023, que recomendou aos militares a não participação nos atos de 7 de Setembro de 2022; e o general Guido Amin Naves, que chefiava o Departamento de Ciência e Tecnologia da Força Terrestre.

Antes de chefiar o Comando Militar do Sul, Stumpf foi secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, em 2018, no fim do governo Michel Temer (MDB). Ele herdou o cargo então ocupado pelo general Marco Antônio Freire Gomes.

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