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Funcionário de hotel registra BO contra síndica após crítica ao cabelo

Funcionário de hotel de luxo em Alphaville (SP), Lancelot diz que a síndica do local ridicularizou seu cabelo: “Parece pelo de cachorro”

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Denúncia funcionário hotel Fernando Lancelot
1 de 1 Denúncia funcionário hotel Fernando Lancelot - Foto: Reprodução

Funcionário do hotel de luxo Quality Suítes Alphaville, em São Paulo, Fernando Lancelot denunciou a síndica do estabelecimento pelo crime de injúria. De acordo com boletim de ocorrência registrado no 2º Distrito Policial, Myrthes Eduarda Marques, de 65 anos, teria dito que o cabelo dele parecia “pelo de cachorro” e era “ridículo”.

Fernando trabalhava como coordenador de eventos no complexo hoteleiro, anexo ao condomínio Edifício Metrópoles, do qual Myrthes é síndica e proprietária de algumas unidades, desde julho do ano passado. Sua função era fechar contratos e acompanhar eventos. Lancelot foi demitido sob a alegação de que teria faltado a compromissos e se indisposto com clientes.

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Fernando Lancelot, ex-funcionário do Quality Suítes, acusa síndica de injúria
Fernando Lancelot era funcionário do Quality Suítes Alphaville
Fernando Lancelot, ex-funcionário do Quality Suítes, acusa síndica de injúria
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Myrthes Marques foi acusada por funcionário de comparar cabelo a pelo de cachorro

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Fernando Lancelot era funcionário do Quality Suítes Alphaville

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Fernando Lancelot, ex-funcionário do Quality Suítes, acusa síndica de injúria

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O ex-funcionário alega que sofreu perseguição por parte da síndica. Ele gravou a última conversa que teve com Myrthes Marques, na qual cita o suposto episódio em que teria sido ridicularizado.

Na gravação, Myrthes classifica o cabelo de Lancelot como “feio”, mas diz não se lembrar da comparação com “pelo de cachorro”. No entanto, o gerente do condomínio, identificado como Roberto, confirma as afirmações do ex-funcionário.

O registro de áudio começa com Fernando Lancelot questionando o motivo de sua demissão, ocorrida em abril. A síndica do hotel responde:

Myrthes – Teve a questão, por exemplo, eu pedi várias vezes para as meninas conversarem com você sobre o seu cabelo, para você deixar preso aqui.

Lancelot – Mas isso não foi passado na entrevista [de emprego]. Eu perguntei se queriam que eu cortasse, porque o meu cabelo é uma publicidade. Eu faço gravação.

Myrthes – Não tem nada de errado com o seu cabelo

Lancelot – Mas você falou que ele parecia pelo de cachorro na minha cara.

Myrthes – Eu não falei

Lancelot – Ela não falou isso, Roberto?

Roberto – Ah, eu ouvi a senhora falar.

Lancelot – O Roberto ouviu. Estava eu e o Roberto.

Myrthes – Eu falei que parecia pelo de cachorro? Onde eu falei isso?

Roberto – Lá no café.

Lancelot – Lá no café, na minha frente. Você falou: “Fernando, corta esse cabelo que está ridículo, está feio, parece pelo de cachorro”. Tá vendo como você fala uma coisa e diz que não falou? Você pode não ter lembrado, mas você falou.

Myrthes – Olha, Fernando, eu vou te falar. Era muito feio aquele loiro. Você podia manter ele no mínimo preso. Era aqui dentro.

Lancelot – Mas nunca faltou com o respeito ao cliente, nunca faltou.

Myrthes – Mas muita gente achava feio.

Lancelot – Você. Quem comentava?

Myrthes – Não pode. Eu pedi gentilmente que você prendesse o cabelo. Isso é um direito. Nunca que o Thiago aqui permitiu um piercing, uma coisa…

Lancelot – A diferença é o seguinte: hoje, na nossa lei trabalhista, é a identificação da pessoa. Se esse é o meu cabelo…

Myrthes – Não pedi pra você cortar. Pedi pra prender.

Lancelot – Não. No dia do café, você disse: “Corta esse cabelo. Tá feio, tá ridículo, tá parecendo pelo de cachorro”.

Myrthes – Eu não me lembro de ter falado. Eu não falaria isso, que tava “ridículo”. Eu devo ter falado isso: “prenda o seu cabelo”. Prender o cabelo é importante.

Trabalho prolongado

À polícia, Lancelot disse ter sido obrigado a trabalhar sem folga por até 9 dias e que seu cabelo era alvo dos ataques da síndica. Na gravação, o ex-funcionário também reclama do período de trabalho prolongado. A síndica argumenta que o funcionário não comunicou à gerência que havia ficado sem folga.

Lancelot – Eu não era obrigado a trabalhar no domingo. Meu contrato era de segunda a sexta.

Myrthes – Na contratação, foi dito que a pessoa tem que estar à disposição do evento e compensar outro dia um domingo trabalhado.

Lancelot – Mas naquele dia eu vim aqui, vocês me chamaram porque eu faltei um dia. Eu tinha trabalhado nove dias seguidos, lembra disso?

Myrthes – Nove meses atrás eu já não lembro.

Lancelot – Vocês me chamaram porque eu faltei e eu disse que tinha trabalhado nove dias seguidos.

Myrthes – Como é que eu vou adivinhar que você trabalhou nove dias seguidos? Entenda bem, você tem que dar uma satisfação.

Lancelot – Eu sempre coloquei a ordem de serviço com você em cópia, todo mundo.

Myrthes – Eu não sabia, em primeiro lugar, que você tinha trabalhado nove dias.

Lancelot – Eu trabalhei até onze.

Myrthes – Tudo bem. Aí você tinha que passar pra gente pra gente resolver. O gerente tem que resolver. Ele tem que colocar alguém pra trabalhar no seu lugar para atender o cliente. Nós não estamos achando que você não tem o direito de ter uma folga, mas a folga tem que ser solicitada, ela tem que ser pedida, ela tem que ser solicitada. É isso que está faltando. O erro da comunicação é muito sério. 

Calúnia

Procurada pela coluna, Myrthes Eduarda Marques disse que também registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil contra Fernando Lacelot por calúnia. Ela negou ter ofendido o ex-funcionário e disse esperar pelo fim das investigações. “Não quero dar tanta importância a isso. O Luis Fernando está inconformado com a demissão e está procurado tirar alguma vantagem. Só quero me livrar dele e não consigo. Espero que tudo isso se resolva”, disse a síndica.

“Não tenho nada contra ele. Aqui, temos 30 funcionários, alguns com 15, 20 anos de trabalho. Todos estão satisfeitos e gostam do ambiente de trabalho. Meu único erro foi ter tolerado o Luis Fernando desde o primeiro mês”, afirmou.

Myrthes também nega que Lancelot tenha sido forçado a trabalhar sem folga e alega que o comportamento do ex-funcionário no local foi o motivo da demissão.

“Não temos um histórico com tantos eventos. Todos os funcionários têm folga. Mas todos os clientes reclamavam. Pedi para o Roberto falar com ele sobre o jeito de se vestir, de atender os clientes. Ele sabia que seria demitido porque seu desempenho não era bom, porque faltava aos compromissos. Ele devia ter procurado a Justiça trabalhista. Não fez isso porque está mentindo”, argumentou Myrthes.

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