Exército gasta R$ 841 mil em espadas de ouro para generais
Arma simbólica é entregue pelo Exército aos oficiais promovidos à patente mais alta da corporação; licitação prevê compra de 90 unidades
atualizado
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O Exército vai gastar R$ 841,7 mil em espadas com acabamento em ouro para distribuir a generais recém-promovidos nas cerimônias de passagem à nova patente. O custo se refere a 90 espadas, cada uma avaliada em R$ 9,3 mil, mas a quantidade pode chegar a 180 dependendo das adesões de outras instituições à licitação aberta na quinta-feira (29/8).
A empresa contratada deverá fornecer um certificado de qualidade do acabamento em ouro, que poderá passar por uma microanálise em raio-x ou análise de composição química do revestimento. A licitação prevê a compra de 45 espadas em 2024 e de 45 em 2025.
“O quantitativo de oficiais generais promovidos não possui um número fixo, pois depende de inúmeros fatores avaliados em Reunião do Alto Comando do Exército (Race). Desta forma é conveniente para a administração contratar de forma que tenha flexibilidade para comprar um número de espadas mínimo a fim de evitar a falta de espadas para entrega, grandes estoques, problemas de armazenamento e ainda custo processual para realizar cada aquisição”, diz o edital.
A espada de general é uma réplica do sabre usado em batalhas pelo general Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro. Segundo a tradição da corporação, a arma “é um símbolo que envolve o compromisso e a tradição, que assinala a sua posição hierárquica no mais alto círculo de oficiais da Força Terrestre”.
De acordo com as especificações estabelecidas no estudo técnico para a aquisição, cada espada deve ser produzida em aço inoxidável AISI de 5,5mm com acabamento damasco e ter 1 metro de comprimento. “A lâmina é forjada, tratada termicamente, polida manualmente, acabamento espelhado e gravada por processo físico químico. Floreios em alto relevo dourados e em baixo relevo com tratamento de superfície também em níquel dourado por processo eletroquímico”, diz o documento.
A cruzeta, conexão entre a lâmina o cabo da espada, é produzida em latão 70/30 por processo de fundição, com acabamento espelhado e dourada por processo eletrolítico. O punho das espadas deve ser em resina termoplástica cor marfim com 106,3mm de comprimento, “polido manualmente, acabamento brilhante, adornados com fios triplos trançados e dourados por processo eletrolítico”.
Detalhes
As armas simbólicas entregues aos generais do Exército Brasileiro são acompanhadas de uma bainha em couro bovino ou aço inox com 848mm de comprimento feita à mão, lixadas e laqueada com tinta preta brilhante.
O conjunto inclui um estojo especial de madeira de 1.050mm de comprimento por 219mm de largura e 82mm de altura, berços de madeira com entalhe no formato da espada e outro no formato da bainha, com quatro presilhas. A tampa é forrada com tecidos de tergal verde e amarelo e o berço, com tecido de veludo azul marinho e adornado com cordão verde e amarelo.