Ex-ministro de Bolsonaro filiado ao PL leva dura do próprio partido
Onyx Lorenzoni foi ministro da Casa Civil de Bolsonaro e tenta angariar apoios para concorrer novamente ao governo do Rio Grande do Sul
atualizado
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Ex-ministro da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni recebeu dois “foras” do PL, seu partido, pelo qual disputou o governo do Rio Grande do Sul em 2022. O apoio do ex-deputado a candidatos de outras siglas em municípios gaúchos gerou mal-estar entre seus correligionários. Dois diretórios municipais emitiram notas de repúdio contra Lorenzoni.
Em Caxias do Sul, a segunda maior cidade do Rio Grande do Sul, com 463.338 habitantes, Lorenzoni apoia o atual prefeito, Adiló Didomenico (PSDB). No entanto, o presidente do PL local, Maurício Scalco, é o candidato do partido à prefeitura.
Em nota, Scalco ressaltou a determinação do diretório nacional do PL, que proíbe filiados de apoiarem candidatos de outras siglas quando o partido possui candidato próprio. Scalco se disse vítima de “desrespeito” e cobrou das instâncias superiores da legenda a expulsão de Lorenzoni.
Em Gravataí, sexta cidade mais populosa do Rio Grande do Sul, Onyx declarou apoio a Marco Alba, do MDB. O presidente municipal do PL, José Capaverde, criticou o fato de o ex-ministro ter se deslocado para apoiar um adversário do partido, junto com o deputado estadual Rodrigo Lorenzoni.
Cassação de Bolsonaro
“Subiram no carro de som, visitaram comitê e pediram votos e apoio ao candidato do MDB, com quem rompemos relações quando ele escolheu um vice do PDT para sua chapa, o partido que cassou os direitos políticos do presidente Bolsonaro“, reclamou Capaverde em nota enviada ao diretório estadual do PL.
Na última eleição, Onyx Lorenzoni recebeu 42,88% dos votos válidos e perdeu a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul para Eduardo Leite (PSDB), que, concorrendo à reeleição, obteve 57,12%. Mesmo assim, o ex-ministro continua sendo cotado para concorrer ao cargo novamente em 2026.
O ex-deputado era considerado um “ministro coringa” de Bolsonaro. Além da Casa Civil, ele comandou o Ministério da Cidadania, a Secretaria-Geral da Presidência e o Ministério do Trabalho e da Previdência.