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Empresa de preso pela PF recebeu R$ 100 mil da campanha de Paes

Preso sob a suspeita de coordenar esquema de fake news é dono de uma das empresas contratadas para a campanha de Eduardo Paes

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Rio de Janeiro (RJ), 21/11/20. Eduardo Paes conversa com Raquel Sheherazade para o Metrópoles Entrevista. Eduardo Paes, candidato à prefeitura do RJ. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Rio de Janeiro (RJ), 21/11/20. Eduardo Paes conversa com Raquel Sheherazade para o Metrópoles Entrevista. Eduardo Paes, candidato à prefeitura do RJ. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Um dos presos na Operação Teatro Invisível, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (12/9), presta serviços para a campanha de reeleição do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Roberto Pinto dos Santos, dono da Mavimix Adesivos Decorativos LTDA, é uma das quatro pessoas detidas sob suspeita de envolvimento na disseminação de fake news em eleições de diferentes municípios no estado.

A empresa de Roberto Pinto dos Santos recebeu R$ 100 mil da campanha de Paes este ano. Foram 45 parcelas, todas pagas no dia 27/8. De acordo com a prestação de contas feitas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela prestou serviços de publicidade de materiais impressos e adesivos, sendo a segunda companhia que mais recebeu recursos da campanha do PSD na capital fluminense até o momento.

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Joyce Trindade, Candidata a vereadora que contratou empresa de preso em esquema de fake news.
Prefeito do Rio, Eduardo Paes
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Marquinho Aquino, dandidato a vereador que contratou empresa de preso em esquema de fake news.

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Joyce Trindade, Candidata a vereadora que contratou empresa de preso em esquema de fake news.

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A PF investiga o grupo do empresário por propagação de informações e notícias falsas que teriam influenciado disputas em pelo menos 13 prefeituras no estado desde 2016, abrangendo três pleitos eleitorais. Os investigadores não relacionaram a suposta atividade criminosa de Santos à campanha de Paes, que lidera as pesquisas. Procurada, a equipe do atual prefeito apenas destacou que a empresa prestou serviços para outros candidatos no passado, mas não se manifestou sobre o envolvimento do empresário e tampouco informou se continuará contratando a companhia de Santos.

Além de Paes, a Mavimix foi contratada pelas campanhas de Joyce Trindade de Faria Gama (PSD), candidata a vereadora no Rio de Janeiro, e de Marcos Henrique Matos de Aquino (Republicanos), candidato a vereador em São João De Meriti. Da primeira, a empresa recebeu quase R$ 200 mil, e, do segundo, pouco mais de R$ 11 mil.

Na operação que mirou o esquema de fake news, os agentes cumpriram quatro mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão. Além disso, o juiz Bruno Rulière, da 8ª Zona Eleitoral, ordenou o bloqueio judicial de R$ 1 milhão em bens para cada investigado.

Além de Roberto, os outros presos são Bernard Rodrigues Soares, presidente municipal do União Brasil em São João de Meriti, André Luiz Chaves da Silva e Ricardo Henriques Patrício Barbosa. As investigações seguem para apurar o impacto da disseminação de fake news nas eleições e as possíveis conexões políticas dos envolvidos.

Além das prisões, os agentes da PF apreenderam R$ 188,3 mil em espécie, três veículos de luxo blindados, celulares, dispositivos eletrônicos e mídias de armazenamento, além de diversos documentos.

O suposto esquema de fake news desvendado pela PF

De acordo com a PF, a organização criminosa foi liderada por indivíduos que já exerceram funções públicas em diversas cidades do Rio de Janeiro. O grupo teria montado um esquema sofisticado e lucrativo para influenciar o processo eleitoral em vários municípios.

Eles eram responsáveis por contratar atores para circular diariamente nos municípios-alvo, infiltrando-se em locais com grande circulação de pessoas. O objetivo era disseminar informações falsas em locais como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados.

De acordo com as investigações, esses agentes contratados para espalhar as fake news recebiam um pagamento mensal de R$ 2 mil, enquanto os coordenadores do esquema, remunerados pela organização criminosa, recebiam R$ 5 mil mensais e também eram contratados pelas prefeituras envolvidas.

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