Derrite volta a demitir irmão do delegado Nico
Irmão do secretário-executivo de Segurança Pública teve demissão anulada por Derrite em maio devido a recurso apresentado pela defesa
atualizado
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O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, demitiu mais uma vez o agente da Polícia Civil de São Paulo Alex César Gonçalves, irmão do secretário-executivo da pasta, delegado Osvaldo Nico Gonçalves. Expulso da corporação em 2023 como resultado de um processo administrativo disciplinar (PAD) concluído em 2021, Alex Gonçalves teve a demissão anulada por Derrite em maio deste ano.
A anulação aconteceu depois que a defesa de Alex Gonçalves recorreu da sentença alegando que o secretário-executivo, devido à relação de parentesco com o réu no PAD, não poderia ter participado da decisão. De acordo com denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o agente cometeu crime de peculato ao participar de um esquema que “esquentava” veículos roubados.
“Como ele é meu irmão, eu não poderia ter participado da votação, mesmo com a demissão dele”, disse Nico, ao Metrópoles, em maio. “Ele perdeu a função dele [como policial]. Ele saiu [da Polícia Civil] faz tempo e isso não muda em nada o quadro aqui”, afirmou o secretário-executivo.
A nova demissão considerou as “manifestações das autoridades preopinantes e da Consultoria Jurídica da pasta, bem como os elementos de convicção que perfazem a prova destes autos, colhidos no curso da instrução e especialmente demonstrados nas provas testemunhais e documentais”.
Na esfera criminal, Alex Gonçalves foi condenado pela 1ª Vara de Praia Grande em 2021 a 2 anos e 8 meses de prisão em regime aberto, além da perda do cargo público. Ele recorreu em liberdade, mas teve suas apelações negadas. A sentença transitou em julgado em 2023, quando a primeira demissão ocorreu.
A denúncia do MPSP apontou que o agente era responsável por inserir dados falsos no sistema do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) sobre reboques e semirreboques roubados em troca de “vantagens indevidas”. Na época dos crimes, ocorridos entre junho de 2013 e abril de 2014, Alex Gonçalves atuava na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Praia Grande, no litoral paulista.