Derrite nega indenização à família de policial morto em balada
Decisão de Derrite considerou que morte não ocorreu devido ao exercício da função; policial também trabalhava como produtor de eventos
atualizado
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Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite negou indenização à família do policial civil José Roberto da Cunha Pauferro, conhecido como “Sangue”, morto em 2017. O agente estava em uma festa de música eletrônica no Autódromo de Interlagos quando foi baleado quatro vezes durante uma discussão com o policial militar Alexandre da Silva Laselva.
Na justificativa para a rejeição do pedido de indenização, Derrite ressaltou que, segundo manifestação da consultoria jurídica responsável pelo caso, não houve comprovação “da hipótese legal de morte em razão da função policial”.
Sangue atuava no Departamento de Investigações sobre o Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil de São Paulo. Ao mesmo tempo, trabalhava como produtor de eventos de música eletrônica. Laselva, por sua vez, estava no festival atuando como segurança.
De acordo com o boletim do ocorrência registrado na Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista, o militar tentou revistar Sangue no camarote do evento. O produtor teria desferido um tapa na mão de Laselva e se identificado como policial civil. Em seguida, Sangue se dirigiu ao banheiro e foi seguido pelo militar.
Os dois discutiram novamente. O militar voltou acompanhado de outros seguranças com a intenção de prender Sangue. Foi quando o policial civil acabou alvejado pelos tiros que o mataram. Outro segurança também ficou ferido.
Drogas forjadas
Sangue chegou a ser socorrido e levado ao Hospital do Grajaú, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. O boletim de ocorrência afirma que foram encontradas porções de cocaína e anfetamina com o produtor de eventos.
No entanto, as investigações mostraram que Laselva e outros seguranças haviam plantado as drogas entre os pertences de Sangue depois de ele ser baleado. A denúncia afirmou também que o PM chegou a atirar contra a própria perna para sustentar a tese de legítima defesa. O militar acabou condenado a 12 anos de prisão.