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Deputados de PT e PSol criticam PF por mirar discurso de opositores

Deputados Nilto Tatto e Chico Alencar criticaram Polícia Federal por indiciar parlamentares de oposição após discursos no plenário da Câmara

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Chico Alencar e Nilto Tatto
1 de 1 Chico Alencar e Nilto Tatto - Foto: null

Deputados do PT e do PSol criticaram a ofensiva da Polícia Federal contra Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB), parlamentares de oposição que foram indiciados por causa de discursos feitos na tribuna da Câmara contra um delegado da PF. Apesar de discordarem da opinião dos bolsonaristas, Chico Alencar (PSol-RJ) e Nilto Tatto (PT-SP) avaliam que a iniciativa da corporação contraria a prerrogativa de imunidade parlamentar.

“A imunidade parlamentar foi uma conquista da democracia após o período da ditadura militar, que perseguiu deputados e senadores. A abertura de inquérito e o indiciamento de dois deputados agora pela Polícia Federal é até um contrassenso por parte da PF, que tem feito um ótimo trabalho, por exemplo, ao expor a trama golpista”, avaliou o psolista à coluna.

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Deputado Chico Alencar (Psol-RJ) defendeu imunidade parlamentar
O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), indiciado pela PF por discurso na Câmara
Nilto Tatto: "PF não deveria ter feito isso", avaliou
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PF indiciou os deputados Van Hattem e Cabo Gilberto

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Deputado Chico Alencar (Psol-RJ) defendeu imunidade parlamentar

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O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), indiciado pela PF por discurso na Câmara

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Nilto Tatto: "PF não deveria ter feito isso", avaliou

Mário Agra/Câmara dos Deputados

Chico Alencar afirmou que diverge dos deputados que criticaram o delegado Fábio Shor, que atua com Alexandre de Moraes. “Acho que o delegado faz um bom trabalho. Mas daí a Polícia Federal abrir inquérito e indiciar os deputados por conta das opiniões deles? Está errado. É uma demasia. E isso pode atingir qualquer um. Se o delegado se sentiu ofendido, ele tem o direito de processar o parlamentar. E aí o juiz decidirá”, opinou.

O parlamentar narrou um episódio curioso envolvendo um dos alvos da PF: “Outro dia, o Van Hattem disse que eu ‘defendo torturador’ porque sou contra a anistia do 8 de Janeiro. Eu pensei até em processá-lo, porque me senti ofendido. Nunca na vida achei que fosse ouvir algo do tipo. Mas, depois, pensei: ‘ele está exercendo a imunidade parlamentar dele para me criticar’. Então achei melhor rebater, ir para o campo do debate”.

O petista Nilto Tatto concordou com o colega: “Eu compartilho desse mesmo entendimento. Não dá para ter perseguição em cima de discurso, em especial dentro do plenário da Câmara. Então eu compartilho dessa mesma posição. A Polícia Federal não deveria ter feito isso”.

Críticas a delegado da PF

Van Hattem e Gilberto Silva foram indiciados pelos crimes de calúnia e difamação contra um delegado que atua em processos com relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em agosto, Van Hattem criticou: “Não tenho medo de falar e repito: eu quero que as pessoas saibam, sim, quem é este dito policial federal que fez vários relatórios absolutamente fraudulentos contra pessoas inocentes, inclusive contra Filipe Martins [ex-assessor de Bolsonaro na Presidência]”. Em seguida, o parlamentar afirmou que o delegado tem “agido como bandido” e finalizou: “Eu tenho imunidade parlamentar. Deveria até ter começado dizendo isso”.

Gilberto Silva reclamou: “Fui indiciado pela Polícia Federal do presidente Lula. Roubei? Matei? Trafiquei drogas? Pratiquei corrupção? Não! Apenas cumpri com o meu dever; fiz denúncias na tribuna da Câmara dos deputados sobre a conduta do delegado Fábio, que está à frente de vários inquéritos ilegais contra inocentes brasileiros”.

Ao indiciar os parlamentares, a PF argumentou que a garantia constitucional da imunidade parlamentar não possui caráter absoluto.

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