Lollapalooza: deputado cobra investigação após tributo a traficante
Deputado Paulo Bilynskyj cobra medidas da Polícia Civil de SP por manifestação de Oruam, filho de Marcinho VP, no festival Lollapalooza
atualizado
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O deputado Paulo Bilynskyj cobrou medidas da Polícia Civil de São Paulo por considerar ter havido apologia ao tráfico de drogas durante o festival Lollapalooza. O caso envolve o rapper Oruam, filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho (CV).
Oruam, de 23 anos, fez sua apresentação no Lollapalloza trajando uma camisa com a foto do pai e a palavra “liberdade”. Para Bilynskyj, a manifestação do artista exige a adoção de medidas por parte da PCSP.
“O dever constitucional de fiscalização atribuído ao Poder Legislativo destaca a importância deste requerimento, pois busca esclarecimentos sobre as medidas que esta corporação irá adotar em relação ao fato ocorrido, o qual fica comprovado a manifestação de apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas”, diz o requerimento do parlamentar.
“Solicito formalmente que a Polícia Civil do Estado de São Paulo se pronuncie sobre o caso e forneça informações pertinentes sobre as medidas adotadas, com o objetivo de promover a transparência, integridade e eficácia na implementação das políticas de combate ao crime organizado”, cobrou Bilynskyj no ofício.
Depois do show, o rapper Oruam fez um desabafo nas redes sociais. “A cadeia deveria servir para ressocializar e não para torturar. Meu pai errou, mas está pagando pelos seus erros e com sobra. Só queria que pudesse cumprir uma pena digna e saísse de cabeça erguida. Que quando chegue sua hora, você possa ter sua liberdade! E que o estado realmente deixe você vir como é de direito. Afinal, todos sabem que você já pagou sua pena”, escreveu.
“Não tentem tirar de uma pessoa o direito de reivindicar condições melhores pro seu pai, e nem de querer vê-lo em liberdade. Te amo, pai. O maior sonho da nossa família é ter você com nós (sic). Estamos ansiosos pra que você veja o futuro novo que estamos construindo e mostre que todo mundo merece uma segunda chance. Parem de tirar meu direito de filho de amar meu pai e honrar ele”, disse Oruam.
Marcinho VP está preso desde 1996, cumprindo pena de 44 anos de prisão por tráfico de drogas, formação de quadrilha e homicídio. Há 14 anos, ocupa uma cela na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná.