Deltan Dallagnol usa caso Marielle para criticar STF e PGR
Deltan Dallagnol criticou prisão feita nesta segunda-feira (27/7) a partir de delação premiada de um dos presos pelo crime
atualizado
Compartilhar notícia
Deltan Dallagnol citou o uso da delação premiada, na prisão de mais um suspeito de envolvimento na morte de Marielle Franco, para criticar o procurador-geral da República Augusto Aras e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta segunda-feira (27/7) a Polícia Federal prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa. Ele teria monitorado os passos de Marielle e ajudado a esconder a arma e o veículo usados no crime.
De acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a prisão teria sido resultado da delação premiada de Élcio de Queiroz. Ele está preso desde 2019 acusado de ter sido o motorista da emboscada contra a vereadora.
“Delação agora é prova? Até ontem, a PGR tava desdenunciando e o STF tava desrecebendo denúncias adoidado contra corruptos sob o fundamento de que apenas a delação não é suficiente. Alguma lei deve ter mudado… Ou o que mudou foi a capa dos autos”, escreveu Dallagnol em seu perfil no Twitter.
O ex-procurador e ex-deputado federal cassado se referiu às decisões que invalidaram delações premiadas usadas na Operação Lava Jato.
As acusações de presos da Lava Jato serviram para abertura de inquéritos contra outros investigados. Os acordos que levaram às delações da Lava Jato, no entanto, foram considerados ilegais porque teriam a participação do então juiz Sergio Moro.
No dia 3 de julho, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade que as delações premiadas poderão ser usadas em ações de improbidade administrativa apresentadas pelo Ministério Público. O entendimento é de que o recurso pode ser utilizado em crimes de qualquer natureza.
No caso Marielle, a delação de Élcio de Queiroz também confirmou a autoria material do crime como sendo de Ronnie Lessa. Os dois estão presos e aguardam julgamento. As investigações agora buscam os mandantes do crime.