Delegado da PF deve perder aposentadoria de R$ 23 mil após contrabando
Júlio César de Almeida, delegado da PF, foi preso pela própria corporação por comandar esquema de contrabando de ouro para o exterior
atualizado
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O delegado da Polícia Federal (PF) Júlio César de Almeida, preso na quarta-feira (31/1) depois de três anos foragido, deve perder sua aposentadoria no valor de R$ 23,4 mil. Almeida foi preso pela própria corporação, acusado de comandar um esquema de contrabando de ouro para o exterior.
Mesmo foragido, ele continuava recebendo os vencimentos, de acordo com dados do Portal da Transparência.
O delegado assumiu o cargo em março de 2004 e se aposentou por incapacidade permanente para o serviço, como delegado de 2ª classe, em novembro de 2021, três meses depois de ter sua prisão decretada com base na Operação Ruta 79, também da Polícia Federal.
A operação investigou um esquema de contrabando, chefiado por Almeida, que tirou do país, ilegalmente, uma tonelada de ouro entre 2017 e 2019.
De acordo com as investigações, o metal era extraído da Amazônia e vendido para joalherias da Itália. O próprio delegado aposentado levava o ouro de carro do Rio de Janeiro ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Almeida não foi localizado pela PF na Operação Ruta 79 e era considerado foragido da Justiça desde então.
Antes disso, em 2015, Almeida já havia sido condenado a seis anos de prisão pelo roubo de um carro da empresa aérea SATA, em 2008, dentro do Aeroporto do Galeão, no Rio. O delegado usou o veículo para fugir de outra operação da PF. Ele havia acabado de retirar uma mala de joias enviadas ilegalmente do exterior.
O Ministério Público Federal (MPF) chegou a questionar a condenação apenas pelo roubo do carro. Os promotores de Justiça cobravam uma sentença por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e descaminho.
Prisão
Júlio César de Almeida foi detido na quarta-feira em Angra dos Reis, em uma residência de sua propriedade. O mandado de prisão foi expedido pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Almeida foi levado à Superintendência da PF no Rio de Janeiro e deverá responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, contrabando, descaminho e corrupção passiva, entre outros.
A ação foi conduzida por agentes do Setor de Inteligência (SIP) com apoio do Grupamento de Pronta Intervenção da PF/RJ e da Delegacia da PF em Angra dos Reis.