Delegado investigado no caso Marielle pede salário de volta: “Aflito”
O delegado Giniton Lage alegou dificuldades financeiras e pediu para acessar seu salário integralmente; ele foi indiciado no caso Marielle
atualizado
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Alvo de medidas cautelares no inquérito que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol), o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Giniton Lages pediu ao STF que possa voltar a receber integralmente o seu salário. Ao ministro Alexandre de Moraes, ele alegou que tem recorrido a doações de parentes e colegas de profissão para sobreviver nos últimos seis meses.
“Há mais de um semestre sem poder utilizar o total de sua remuneração, o requerente [Giniton] enfrenta uma situação socioeconômica muito aflitiva, tornando-se dependente do compassivo, porém esporádico e incerto, apoio financeiro de familiares, amigos e colegas, como as ações solidárias promovidas pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol-RJ)”, diz um trecho do pedido do delegado na Justiça.
Ainda de acordo com Giniton, ele e sua família não terão mais condições de honrar os encargos do financiamento do apartamento onde moram, no bairro do Recreio dos Bandeirantes. O delegado também argumenta que tem dois filhos em escola particular e precisa pagar as mensalidades.
Giniton Lages foi o delegado que iniciou a apuração sobre o assassinato de Marielle Franco. Ele foi indicado pelo então chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, preso sob suspeita de ter ajudado no planejamento do crime e por acobertá-lo.
Salário de R$ 25 mil
Indiciado no inquérito, ele foi afastado do cargo e perdeu acesso ao salário. Após pedido inicial, Moraes chegou a liberar o saque de um salário mínimo, mas Giniton alega que o valor não é suficiente para manter sua “típica vida de classe média”.
Giniton diz que tem um gasto médio de R$ 8,5 mil com despesas relacionadas a moradia e outros R$ 3,4 mil com a educação dos filhos. Seu salário como delegado é de aproximadamente R$ 25 mil. Desde março, ele está suspenso do exercício de função pública, usando tornozeleira eletrônica e com obrigação de recolhimento noturno.
Nesta segunda-feira (21/10), o STF começou a ouvir os supostos mandates do assassinato: o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão. Eles são irmãos e estão presos preventivamente.