Decisões de Gilmar Mendes geram desconforto na PF
Decisões do ministro Gilmar Mendes (STF) que anularam operações geraram desconforto em delegados e agentes da Polícia Federal (PF)
atualizado
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Recentes decisões do ministro Gilmar Mendes, do STF, geraram desconforto em delegados e agentes da Polícia Federal (PF). As decisões dizem respeito à anulação de operações que miraram dois políticos de grupos antagônicos em Alagoas: o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o governador do estado, Paulo Dantas.
Em conversas internas, policiais federais usaram expressões como “desânimo” e “enxugar gelo”.
Nesta quinta-feira (10/8), Gilmar anulou provas de investigação da PF sobre desvio de recursos públicos em kits de robótica para escolas no interior de Alagoas. Para investigadores da Polícia Federal, a operação foi exemplar.
Para o ministro, o inquérito deveria ter tido início no STF, não na primeira instância, por indícios de envolvimento de Lira. Daí a anulação, seguindo recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
No último dia 5, Gilmar anulou operação de busca e apreensão contra Paulo Dantas. O governador de Alagoas é investigado por suposto esquema de rachadinha, de R$ 54 milhões, na Assembleia Legislativa.
Gilmar decidiu que o material obtido na operação não pode ser usado como prova. Na decisão, o ministro citou que o Código Eleitoral proíbe a adoção de medidas cautelares contra candidatos 15 dias antes do primeiro turno das eleições até 48h depois do segundo turno.
Na Polícia Federal, o sentimento é que os investigadores de Alagoas fizeram trabalho irretocável. E que a corporação mostrou não agir com seletividade, uma vez que as investigações atingiram políticos de grupos antagônicos.