Alvo de críticas, chefe da Polícia Civil do RJ tem posse cancelada
Indicação de Marcus Amin foi criticada devido à mudança na Lei Orgânica da Polícia Civil reduzindo tempo de experiência exigido
atualizado
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A posse do novo chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Marcus Amin, que aconteceria nesta sexta-feira (27/10), foi cancelada. A decisão acontece em meio às críticas de delegados e agentes da PCRJ contra a nomeação feita pelo governador Cláudio Castro.
Para nomear o aliado, Castro precisou alterar a Lei Orgânica da Polícia Civil, que exigia um mínimo de 15 anos de experiência para delegados indicados para o comando da corporação. Amin tem apenas nove anos no cargo.
Em nota divulgada na quarta-feira (18/10), dois sindicatos e uma associação de delegados e agentes da Polícia Civil classificaram a alteração da Lei Orgânica como um “capricho pessoal” de Cláudio Castro. A manobra é vista por policiais como uma “gambiarra” que mancha a corporação.
Para o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol-RJ), Leonardo Affonso, a mudança na Lei Orgânica teve o objetivo de atender a “interesses políticos momentâneos”. A mudança, segundo o delegado, também fragiliza a Lei Orgânica da Polícia Civil.
“Mudar uma lei que foi fruto de um amplo debate no Legislativo e de um consenso social traz um enorme retrocesso para a Segurança Pública, já que desacredita e descredibiliza o governo e os poderes constituídos, na medida em que faz transparecer à população que qualquer Lei no Rio de Janeiro está sujeita a qualquer tipo de mudança, em qualquer momento, em razão de qualquer interesse”, avalia o delegado.
O comunicado do cancelamento foi divulgado pela PCRJ, mas, em contato com a coluna, a instituição alegou que a cerimônia teria sido apenas adiada “por motivo de agenda”. Ainda não há uma nova data para a posse de Marcus Amin.