Como 2 “bombeiros” selaram a paz entre Marçal e Bolsonaro
Saiba quem são os dois deputados federais que atuaram como “bombeiros” e como eles conseguiram reaproximar Pablo Marçal da família Bolsonaro
atualizado
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Dois deputados federais intermediaram a reaproximação entre Pablo Marçal e a família Bolsonaro. Os “bombeiros” responsáveis pelo distensionamento são Gustavo Gayer (PL-GO) e Nikolas Ferreira (PL-MG).
Ao longo desta quarta-feira (28/8), Nikolas conversou longamente com Carlos Bolsonaro, principal crítico de Marçal no clã do ex-presidente. Gayer, por sua vez, articulou a bandeira branca junto ao empresário, que chegou a chamar Carlos de “retardado” durante uma entrevista.
Após as atuações de Nikolas e Gayer, o parlamentar mineiro viabilizou uma ligação de WhatsApp entre o filho do ex-presidente e Marçal. A expectativa é que o próprio Jair Bolsonaro converse com o empresário nesta quinta-feira (29/8). A coluna apurou que o ex-mandatário, que fez duras críticas a Marçal na semana passada, não lançará novos torpedos em direção ao candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo.
Procurado pela coluna, Gustavo Gayer celebrou a pacificação entre Marçal e a família Bolsonaro. “Os dois grupos têm 80% de congruência em suas pautas. Continuar brigando não seria inteligente para nenhum dos lados. Estamos nos preparando para uma guerra que não se encerra em 2024, mas que vai levar décadas. O Marçal dialoga muito bem com o nosso público”, disse o parlamentar.
“Só o outro lado [a esquerda] é que estava achando ótima essa briga. Antes de iniciar esse movimento [de distensionamento], conversei com muita gente. Eu não faço nada sozinho”, finalizou Gayer, um dos congressistas mais próximos de Bolsonaro.
Sinalização
Nikolas Ferreira já havia dado sinais de que simpatizava com Marçal. Em entrevista à coluna, ele disse que não faria campanha na cidade de São Paulo no primeiro turno [oficialmente, o PL apoia a reeleição de Ricardo Nunes do MDB]. Contudo, o deputado afirmou que estará no palanque de quem enfrentar Boulos no segundo turno, caso o psolista vá para a etapa final.
Antes da pacificação entre Bolsonaro e Marçal, o ex-presidente chegou a lembrar um vídeo no qual o empresário o chamava de “quadrilheiro”. E, por conta disso, afirmou que “faltava caráter” ao ex-coach. Já Marçal chegou a cobrar a devolução de uma doação de R$ 160 mil que fez a Bolsonaro na campanha presidencial de 2022.
Com a reaproximação, o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, tende a perder parte da fatia do eleitorado conservador que apoia sua reeleição.