CGU pede a Moraes provas usadas contra Bolsonaro no caso das joias
Ministro-chefe da CGU afirma que imagens, conversas e documentos que servem como prova contra Bolsonaro ainda não foram enviados pela PF
atualizado
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A Controladoria-Geral da União (CGU) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, o compartilhamento de provas no âmbito do inquérito das joias, que investiga Bolsonaro e aliados do ex-presidente. No documento, o órgão pede acesso a “áudios, mensagens, e-mails, fotos e vídeos encontrados nos celulares dos investigados”.
A petição é assinada pelo ministro-chefe da CGU, Vinícius Marques de Carvalho. Ele alegou que o material ainda não foi enviado pela Polícia Federal (PF) após o deferimento do compartilhamento dos autos por Moraes, em janeiro deste ano.
“Até o momento, esta Controladoria-Geral recebeu apenas os autos principais dos referidos processos, que não vieram acompanhados dos elementos de prova que compõem os relatórios e laudos emitidos pela Polícia Federal, tais como áudios e conversas extraídos de ferramentas de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, e-mails, registros fotográficos, filmagens, planilhas, termos de depoimento e de interrogatório, informações de transferências bancárias, dados de quebra de sigilo telemático, quebra de sigilo telefônico e quebra de sigilo de dados, dentre outros arquivos e documentos que sirvam para embasar as conclusões da autoridade policial”, afirmou o controlador-geral da União.
“Ressalto que tais elementos de prova são imprescindíveis para análise do caso, de modo a possibilitar a esta CGU – por intermédio da Corregedoria-Geral da União, na condição de Órgão Central do Sistema de Correição do Poder Executivo federal –, a adoção das providências cabíveis para a promoção da responsabilização administrativa dos agentes públicos federais envolvidos”, argumentou Vinícius Marques de Carvalho. O pedido da CGU foi encaminhado por Moraes à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise.
Jair Bolsonaro e mais 11 aliados foram indiciados em julho, apontados pela Polícia Federal como autores de diferentes crimes.
De acordo com o relatório da PF, um anel, abotoaduras, um rosário islâmico e um relógio da marca Rolex, de ouro branco com diamantes, foram negociados nos Estados Unidos em 2022, por assessores e aliados do ex-presidente. No total, segundo a PF, Bolsonaro teria movimentado R$ 6,8 milhões com a venda ilícita dos presentes.
O ex-presidente nega ter cometido qualquer irregularidade.