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Celular de ex-PRF tem defesa do artigo 142 após vitória de Lula

Celular de Silvinei Vasquez, chefe da Polícia Rodoviária Federal na gestão Bolsonaro, tem vídeo defendendo intervenção e crítica a Moraes

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Imagem colorida do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques
1 de 1 Imagem colorida do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

No celular de Silvinei Vasques, chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na gestão Bolsonaro, há uma série de vídeos exaltando manifestações, após a vitória eleitoral de Lula, pedindo intervenção militar.

No aparelho também está salvo um discurso, de novembro do ano passado, estimulando o então presidente a invocar o artigo 142 para permanecer no poder.

No celular contém ainda um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de 18 de outubro, alertando sobre o risco de manifestações após o segundo turno das eleições, no dia 31. Depois do pleito, diversas rodovias pelo país foram bloqueadas, e dias se passaram até que fossem liberadas.

Preso preventivamente desde agosto, Vasques é investigado por causa das blitze promovidas no Nordeste, no dia da votação, com suposto objetivo de prejudicar o trânsito de eleitores na região em que o petista tem mais apoiadores.

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Silvinei Vasques e o ex-presidente Jair Bolsonaro, também investigado em inquérito sob relatoria de Alexandre de Moraes
Diferentemente de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, Silvinei segue preso
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Celular de Silvinei guardava relatório da Abin sobre manifestações pós-eleições

Acervo/ coluna Paulo Cappelli
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Silvinei Vasques e o ex-presidente Jair Bolsonaro, também investigado em inquérito sob relatoria de Alexandre de Moraes

Reprodução
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Diferentemente de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, Silvinei segue preso

Hugo Barreto/Metrópoles

Salvo no celular de Vasquez, o discurso em defesa do artigo 142 foi proferido pelo deputado Filipe Barros, em 30 de novembro, durante uma sessão no Congresso Nacional.

O parlamentar argumentou que a eleição teria sido injusta: “Ao contrário do que falam, não é intervenção militar. É intervenção constitucional contra o regime de exceção que estamos vivendo”.

O aparelho de Silvinei registra ainda o relato de uma indígena, com tradução para o inglês, sobre suposta fraude nas urnas eletrônicas.

“Sou de Manicoré, no Amazonas, e recebi um pedido de socorro de familiares que moram nesse município. O 22 [número de urna de Bolsonaro] lá recebeu zero voto. E tenho vídeo da carreata que fizeram em Manicoré. E tem gente me cobrando: ‘onde está o nosso voto?’ A gente quer saber. Alexandre de Moraes, seu ladrão, você roubou voto do Bolsonaro para dar para o Lula.”

Uma montagem de uma canção de uma cantora gospel, com Bolsonaro ao fundo na imagem, sugere que algo poderia ocorrer antes que ele deixasse o poder:

“Ainda está de pé. Pode anotar, pois vai acontecer. E logo, logo Deus vai te surpreender. Não é para entender, é só para confiar. Deus mandou te avisar que ainda está de pé. E quem pensou que era o teu final, vai estar lá no teu momento triunfal”, diz o trecho da música em destaque.

Urnas eletrônicas

Sobre Moraes, há uma série de vídeos no celular de Silvinei com críticas ao ministro. Em um deles, uma declaração do magistrado de que “ainda há muita gente para prender e multa a aplicar” é acompanhada da seguinte legenda: “Um ditador sem limites. Arrogância é seu forte. Um dia sua casa vai cair”.

Silvinei também recebeu em seu celular relatórios produzidos pelo Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas.

“Apesar da intenção de conferir transparência ao processo, as ferramentas e os procedimentos disponibilizados pela equipe técnica do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] para o trabalho das entidades fiscalizadoras não foram suficientes para uma análise técnica mais completa”, diz trecho de um dos relatórios recebidos por Silvinei Vasques.

O documento foi produzido pelo coronel Marcelo Nogueira de Sousa, então chefe da Equipe das Forças Armadas e representante do Exército, e subscrito pelo então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

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