Caso Marielle: general Richard Nunes rebate ex-governador Witzel; ouça
À frente da Secretaria de Segurança Pública do Rio na época da intervenção, general rebateu fala do ex-governador Witzel sobre caso Marielle
atualizado
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O general Richard Nunes se manifestou sobre a declaração de Wilson Witzel a respeito do caso Marielle. O ex-governador do Rio afirmou à coluna que, em 2018, a Polícia Civil já tinha conhecimento de que Ronnie Lessa e Élcio Queiroz eram os assassinos da vereadora.
E levantou a suspeita de que a prisão não foi pedida à Justiça por se tratar de um ano eleitoral, o que poderia prejudicar o então candidato Jair Bolsonaro. Durante a intervenção federal no estado, Richard Nunes comandou a Secretaria de Segurança Pública, tendo contato direto com os chefes das polícias Civil e Militar. Já o interventor era Braga Netto, espécie de “governador” na área de segurança.
Os assassinos confessos de Marielle foram presos em março de 2019, após Witzel afastar a cúpula da Polícia Civil que, agora, é apontada como cúmplice do crime. O ex-governador afirma que os delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages argumentaram que não haviam prendido os executores em 2018 porque, antes, pretendiam identificar os mandantes.
À coluna, Richard Nunes disse que a suspeita levantada por Witzel “não faz sentido nenhum”. Segundo o general, em 2018 já “havia indícios” de que os assassinos eram Lessa e Queiroz, mas não um “conjunto probatório” que viabilizasse um pedido de prisão. Ouça, abaixo, a posição de Richard Nunes.
“Se essa hipótese [levantada por Witzel] fizesse sentido lógico, então ele não precisaria esperar março de 2019 para fazer a prisão. Bastava ele tomar posse em janeiro e determinar ao secretário de Segurança dele que fizesse isso. A prisão poderia ser feita logo após a posse”, disse.
“Faltavam provas”
Richard Nunes complementou argumentando que a suspeita aventada pelo ex-governador tem lacunas formais:
“Um secretário de Segurança não toma parte na investigação. A investigação é conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. A prisão não é determinada por secretário, mas por uma ordem do obtida junto ao Judiciário pela autoridade policial. O secretário de Segurança não conduz inquérito.
Havia indícios e tudo mais [de que Lessa e Queiroz eram os executores], mas o conjunto probatório necessário só vai se completar mais tarde. Não se pode solicitar ao juiz um mandado de prisão faltando elementos probatórios.
O que eu sabia, como secretário de Segurança, é que estavam no caminho. Que eles estavam realmente avançando na investigação. E não tem essa conversa de [esperar identificar o] mandante. Eu sempre falei que primeiro se prende os executores para, depois, chegarem nos mandantes”.